Do individual ao coletivo na critica da razão dialetica de Sartre : perspectivas educacionais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A Crítica da Razão Dialética de Jean-Paul Sartre constitui o objeto de estudo central desta tese. Nela se procurou analisar especificamente a discussão que Sartre trava quando da passagem do individual ao coletivo e, após levantamento e compreensão das principais categorias envolvidas nesta discussão, promover uma possível aproximação com a filosofia da educação. Aproximação que retratou a leitura e as reflexões do autor do trabalho e não as de Sartre, uma vez que ele próprio nada escreveu sobre educação. Na ótica de Sartre, o marxismo, posteriormente a Karl Marx, acabou transformando-se numa interpretação mecânica da realidade, deixando a própria dialeticidade, aspecto central para Karl Marx, em segundo plano. O indivíduo, a subjetividade e até mesmo a racionalidade acabariam sobrepostos por uma totalidade objetiva e transcendente. Para Sartre, contudo, não há nenhum a priori que possa determinar a existência e a história. Ao analisar a passagem do individual ao coletivo Sartre, fiel à liberdade plena do indivíduo, um dos pontos centrais de sua filosofia, não reconhece a existência ontológica do coletivo. Ele é o resultado da livre práxis individual e só existe quando, num ato livre, cada qual age diante do prático-inerte e da rareté, fruto do próprio trabalho do homem. A passagem do individual ao coletivo se dá devido à objetividade do mundo das coisas, que leva a uma tomada de decisão visando dar conta da situação posta. Na passagem da necessidade comum ao projeto comum existe um processo de tomada de consciência do todo que está à nossa volta, ao mesmo tempo em que, na formação da instituição e do Estado, os indivíduos, por juramento, assumem uma conduta que, no conjunto, acaba impedindo o retorno à série, retorno este que acompanha a práxis individual. Na série não há consciência e intersubjetividade, somos números numa determinada seqüência. A educação, como formação do homem, permite vivenciar, na dialética da história, a relação entre o individual e o coletivo. Ela se dá na plena liberdade do homem que constrói seu projeto em meio a uma dada situação. O coletivo embora não tenha existência ontológica constitui uma das dimensões fundamentais para se pensar educação como dialeticidade entre o indivíduo e o coletivo, entre a subjetividade e a objetividade, entre o projeto e a situação, entre a totalização e as totalidades parciais

ASSUNTO(S)

razão educação liberdade comportamento no grupo dialetica individuo no grupo

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