Diversidade taxonômica e formas de vida em cerrados hiperestacional e estacional no Brasil Central (Parque Nacional das Emas, GO).

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

As savanas, incluindo o cerrado, são caracterizadas por uma pronunciada estacionalidade, na qual a seca define o funcionamento da comunidade. No entanto, as savanas hiperestacionais experimentam, além da seca, um alagamento na estação chuvosa. Uma vez que o alagamento pode causar extinções locais de espécies intolerantes, nós nos perguntamos: As espécies de cerrado hiperestacional exibem estratégias de sobrevivência diferentes das espécies de cerrado estacional? O alagamento restringe a estrutura filogenética do cerrado hiperestacional, reduzindo o número de clados que compõem a comunidade? Estudamos um cerrado hiperestacional, comparando-o com um cerrado estacional próximo, no Parque Nacional das Emas, GO. Em cada área, lançamos 50 parcelas de 1 m2, nas quais amostramos as plantas vasculares. Estabelecemos as formas de vida das espécies, baseando-nos no sistema de Raukiaer. Construímos o espectro biológico e calculamos o índice de divergência (IDD) entre diversidade de espécies e formas de vida. Comparamos a estrutura taxonômica das áreas pelos índices de distinção taxonômica (*), diversidade taxonômica (), distinção taxonômica esperada (T(m)) e similaridade de gêneros e família. O espectro biológico geral e os IDDs não foram significativamente diferentes. A classe melhor representada foi a dos hemicriptófitos. Somente houve variação estacional nos IDDs do cerrado hiperestacional. A * dos cerrados foi similar e a similaridade de gêneros e famílias foi elevada. Contudo, a e a T(m) foram menores no cerrado hiperestacional. O período em que cerrado hiperestacional permanece alagado não é longo suficiente para favorecer outras formas de vida que não aquelas já favorecidas no cerrado estacional. Conseqüentemente, as espécies do cerrado hiperestacional compartilham com as do cerrado estacional as mesmas estratégias de sobrevivência. O alagamento não agrupa as espécies filogeneticamente aparentadas. Como resultado, o uso do hábitat de cerrado hiperestacional é um traço amplamente distribuído na filogenia do cerrado estacional. Portanto, o alagamento modifica a estrutura do cerrado hiperestacional, reduzindo o número e a abundância das espécies sem, contudo, alterar o espectro biológico e restringir sua filogenia.

ASSUNTO(S)

diversidade taxonômica index of divergence distinção taxonômica emas national park taxonomic relatedness parque nacional das emas ecologia taxonomic distinctness ecologia do cerrado life-form cerrado hiperestacional hyperseasonal savanna taxonomic diversity

Documentos Relacionados