Diálogo na escola : ética do discurso habermasiana versus a violência escolar

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/03/2009

RESUMO

O presente trabalho analisa e defende a tese de que a aplicação da teoria da ética do discurso de Jürgen Habermas nas escolas brasileiras cria uma cultura discursiva capaz de enfrentar o problema da indisciplina e da violência estudantil, bem como restaura a práxis pedagógica das mesmas. Pois, leva-se em consideração que tal teoria, ao reintroduzir a racionalidade comunicativa nas interações pedagógicas, estabelece barreiras contra a permanência da racionalidade instrumental nas instituições educacionais. Esta visão é o resultado de uma investigação sistemática e reflexiva a propósito da literatura acerca da questão da indisciplina e da violência escolar no Brasil, da ética do discurso habermasiana e do pensamento pedagógico brasileiro que analisa as possíveis contribuições da filosofia de Habermas para o processo educacional formal. O autor, utilizando-se de uma metodologia hermenêutica-reconstrutiva, busca esclarecer como a ética do discurso pode intervir positivamente nas escolas e reestruturar os laços sociais entre os atores escolares, principalmente, entre os educadores e os educandos, que se encontram abalados em nossa sociedade. Para tanto, no primeiro capítulo, ele analisa e estabelece as definições conceituais de educação, de escola, de indisciplina e de violência escolar que orientam esta dissertação; investiga e interpreta os principais fatores sócio-históricos e pedagógicos, que induzem os estudantes a manifestarem comportamentos indisciplinados e violentos nos espaços escolares, bem como as principais conseqüências a que estão sujeitos os atores sociais que vivenciam a atmosfera de violência nas escolas brasileiras. No segundo capítulo, ele examina e descreve a teoria ética de Jürgen Habermas do discurso prático: o seu fundamento na teoria da ação comunicativa, os seus elementos estruturantes — as pretensões de validade levantadas nos atos de fala, os princípios de universalização (“U”) e de discurso (“D”), a hipótese prática de situação ideal de fala, o conceito pragmático de mundo da vida — e o conteúdo mínimo da moral discursiva. Por fim, ele pondera e expõe os aspectos positivos da introdução de uma cultura discursiva nas escolas, a partir do uso da ética do discurso como referencial teórico às interações pedagógicas, apresentando: as compreensões necessárias que os profissionais da educação devem ter a respeito do agir pedagógico e da lógica do desenvolvimento da consciência moral dos seres humanos para a aplicação da teoria ética de Habermas nos espaços escolares; as contribuições que podem ser alcançadas pelas escolas e seus profissionais em suas práxis educacionais e pelos educandos em seus processos de formação enquanto pessoas e cidadãos esclarecidos e emancipados; e, algumas experiências de gestões democráticas comunicativas ocorridas em três escolas paulistas já há algum tempo.

ASSUNTO(S)

educação - violência escolar sociologia educacional habermas jürgen - crítica e interpretação education - school violence education - sociology

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