Diálogo de traços : etnografia dos praticantes de apropriações visuais do espaço urbano em Porto Alegre
AUTOR(ES)
Kessler, Lucenira Luciane
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Esta etnografia, apoiada nas inserções exploratórias da pesquisa de campo, recusa certa fronteira pré-estabelecida entre graffiti e pichação (forjada mediante a suposta supremacia estética e moral do primeiro com relação à segunda) e os considera como práticas de apropriações visuais realizadas no espaço da cidade. A partir dessa posição em campo, possibilita a descrição dessas práticas “por sobre o ombro” de determinados sujeitos que as praticam (e as significam) na cidade de Porto Alegre, apontando para outras relações, fronteiras possíveis. Os sujeitos acessados na pesquisa de campo compartilham certa posição no “cenário” das apropriações visuais em Porto Alegre, marcada pela utilização das habilidades desenvolvidas a partir de sua trajetória com relação às apropriações visuais (desenho, pintura) em atividades remuneráveis e capazes de gerar reconhecimento. Desse modo, a intenção de profissionalização, convive com o trabalho e a arte realizados nos espaços da cidade, que são geralmente não autorizados e não remunerados, e tecem a rede de pertencimento e sociabilidade. Mediante a descrição de elementos da visualidade dos praticantes de apropriações visuais, possibilita compreender que a pertença ao grupo está imbricada e é dependente das relações estabelecidas com o espaço (visual) da cidade, e que os praticantes de apropriações visuais dialogam, mas também questionam, tensionam certa visualidade “oficial” da cidade. Por fim são abordadas as fronteiras e os e os trânsitos realizáveis entre graffiti, pichação, publicidade e artes plásticas, conforme experimentados pelos sujeitos acessados em campo, salientando a tensão presente na dupla atuação, legal e ilegal, desses atores sociais.
ASSUNTO(S)
antropologia social ethnography estudo etnográfico antropology of art visual apropriations of urban space etnografia professionalization pertencimento sociabilidade grafite pichação publicidade artes plásticas mensagem visual legalidade ilegalidade profissionalização arte urbana apropriações visuais espaço urbano
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/15323Documentos Relacionados
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