Diálise Peritoneal no Brasil: Descrição de uma Coorte e Fatores de Risco para Sobrevivência da Técnica e do Paciente
AUTOR(ES)
Natália Maria da Silva Fernandes Suassuna
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
O presente estudo utilizou registros sistematizados de dados nacionais e locais sobre pacientes em terapia renal substitutiva (TRS) fundamentais para o conhecimento epidemiológico da realidade do tratamento dialítico. Estes dados podem permitir uso mais racional dos recursos econômicos, identificação das intervenções, visando à melhoria da terapêutica, diminuição da morbimortalidade desses pacientes. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Nefrologia, mantém, desde 1999, registros parciais sobre pacientes em TRS. Os objetivos do estudo foram coletar dados demográficos, clínicos, laboratoriais e desfechos (óbito, recuperação da função renal, transferência para hemodiálise, falência da técnica, transplante renal, tranferência para outro centro ou perda de seguimento) de pacientes em diálise peritoneal (DP) tratados em centros de todas as regiões do Brasil para descrição das características epidemiológicas desta população e avaliação dos fatores relacionados à falência da técnica e mortalidade. Para tal foi desenhado um estudo multicêntrico, envolvendo centros de todas as regiões do país, iniciado em dezembro de 2004 e com seguimento até outubro de 2007. Foi desenhado um software com os dados preenchidos off line e enviados on line a um servidor. Neste ponto, os dados foram extrídos em MySQL, sendo montada uma base de dados, posteriormente, transportada para o software estatístico SPSS 13.0 e SAS. Ao final, foram analisados 6.198 pacientes de 102 centros. Os resultados mostram que o Brasil apresenta um baixo número de pacientes em diálise peritoneal, com um viés de seleção para esta modalidade, onde a maioria dos pacientes apresenta inúmeras comorbidades tendo como indicação clínica ―única possibilidade terapêutica ou indicação médica. Apesar disto, há um baixo índice de complicações infecciosas (1 episódio de peritonite/30 meses) e a taxa de saída no período inicial de 34 meses foi de 37,7%, com um média anual de 13,3%. A meta mais difícil de ser alcançada é a hemoglobina, notadamente em diabéticos e pacientes egressos de outras TRSs. A principal causa de saída foi óbito (21%), sendo as causas cardiovasculares as mais prevalentes (40%). Entre os principais fatores relacionados à mortalidade e falência da técnica foram encontrados a idade, diabetes mellitus, doença cardiovascular. Houve relação direta da mortalidade da população geral com a mortalidade da população em diálise peritoneal. Foram observadas diferenças regionais importantes quanto às taxas e motivos de saídas nas diversas regiões do país, bem como, a ocorrência da ―epidemiologia reversa‖ da obesidade nesses pacientes. O estudo permitiu traçar o perfil epidemiológico dos pacientes em diálise peritoneal no Brasil e concluir que, a despeito do importante viés de seleção, nosso país apresenta uma diálise peritoneal adequada, comparada a países desenvolvidos europeus
ASSUNTO(S)
observational study estudos observacionais epidemiologia reversa diálise peritoneal latin america sobrevida peritoneal dialysis brazil brasil reverse epidemiology survival nefrologia américa latina
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=537Documentos Relacionados
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