Diagnóstico sorológico e molecular e bioensaio em camundongo para detecção de Toxoplasma gondii em galinhas de criação livre do Pantanal do Mato Grosso do Sul

AUTOR(ES)
FONTE

Pesq. Vet. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-08

RESUMO

Os objetivos deste estudo foram investigar a ocorrência de Toxoplasma gondii e comparar os resultados obtidos no Teste de Aglutinação Modificada (MAT), Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) e o bioensaio em camundongos. Para tanto, 40 galinhas de criação livre de oito fazendas em áreas limítrofes ao Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul, foram eutanasiadas e amostras de sangue, o cérebro e o coração foram coletados. A frequência de anticorpos anti-T. gondii encontrada nas galinhas foi de 67,5% (27 amostras), considerando como ponto de corte a diluição 1:5. Entre as amostras analisadas, 7 (25,9%) foram positivas na diluição 1:5, 3 (11,1%) em 1:10, 2 (7,4%) em 1:20, 3 (11,1%) em 1:320, 1 ( 3,7%) em 1:640, 3 (11,1%) em 1:1.280, 2 (7,4%) em 1:2.560, 4 (14,8%) em 1:5.120 e 2 (7,4%) em 1:10.240. A partir da mistura de amostras de tecidos (cérebro e coração) das galinhas analisadas, 16 (40%) apresentaram bandas eletroforéticas compatíveis com T. gondii por PCR (gene B1). Na comparação das técnicas, revelou-se 59,26% de positividade na PCR entre os animais soropositivos no MAT (ponto de corte 1:5). Dos 141 camundongos inoculados, seis (4,44%) morreram de toxoplasmose aguda entre 15 e 23 dias após a inoculação. Os camundongos que sobreviveram foram sacrificados 74 dias após a inoculação, sendo encontrados 28 cistos nos cérebros de 10 grupos distintos. Das galinhas soropositivas, foram realizados 27 bioensaios e obtidos 11 (40,7%) isolados. Um maior número de isolamentos ocorreu em camundongos que foram inoculados com tecidos de galinhas que tinham altos títulos de anticorpos anti-T. gondii. Infecção crônica em camundongos foi observada em nove grupos (33,3%) de cinco propriedades diferentes. Entre os camundongos que sobreviveram, 25,6% foram positivos para T. gondii no MAT (1:25). Dos camundongos positivos na PCR, 87,5% também foram positivos no MAT. Já entre os camundongos PCR negativos 5,2% foram positivos para T. gondii no MAT. Concluiu-se através deste estudo que a ocorrência de infecção pelo T. gondii nas propriedades rurais estudadas foi alta, que a PCR direcionada ao gene B1, não confirma a viabilidade do parasita, porém pode ser utilizada como método de triagem para a seleção de galinhas infectadas por T. gondii, que os animais com título maior que 10 devem ser priorizados para a seleção de animais para bioensaio, pois para eles, as chances de isolamento do parasita são maiores e que a soroconversão em camundongos infectados experimentalmente não é um bom indicador de isolamento do agente.

ASSUNTO(S)

toxoplasmose bioensaio em camundongo galinhas de criação livre doença parasitária toxoplasma gondii comparação de técnicas diagnósticas

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