Determinantes da mortalidade infantil em municípios do vale do Jequitinhonha, Minas Gerais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/03/2012

RESUMO

A mortalidade infantil representa importante desafio de saúde pública, de etiologia multifatorial e com persistentes disparidades entre regiões do Brasil e do mundo. A melhor compreensão de seus determinantes é fundamental para que sejam identificadas as causas diretas das mortes infantis, bem como as condições que possam desencadeá-las, acelerando a atuação destinada a modificá-las em todos os níveis geográficos. Este estudo epidemiológico, observacional, do tipo caso-controle, teve como objetivo analisar os determinantes da mortalidade infantil nos municípios de Araçuaí, Joaíma, Jordânia e Novo Cruzeiro, localizados no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Foram considerados casos, os 36 óbitos infantis ocorridos no ano de 2008. Os controles foram 72 nascidos vivos no mesmo período, sorteados aleatoriamente, que não evoluíram para o óbito. Dados demográficos e socioeconômicos, de antecedentes obstétricos maternos, atenção ao pré-natal e ao parto e condições biológicas das mães e recém-nascidos foram obtidos utilizando questionário domiciliar para as mães e/ou responsáveis pelos casos e controles. Os resultados apontaram uma predominância de óbitos no período neonatal, embora importantes proporções de mortes pós-neonatais tenham sido identificadas. No modelo multivariado, filhos de mulheres com história prévia de natimorto, assim como crianças que nasceram prematuras ou com algum tipo de malformação, apresentaram associação significativa com a mortalidade infantil. Ademais, os recém-nascidos cujas famílias não recebiam auxílio governamental e residiam em moradias com condições menos favoráveis, avaliadas pela presença de piso de terra batida ou cimento e sem acesso à água encanada, também apresentaram maior chance de morrer antes de completarem o primeiro ano de vida. Conclui-se que as causas perinatais constituem determinantes da mortalidade infantil na população do estudo, mas precárias condições socioeconômicas ainda têm interferido de maneira significativa na ocorrência dos óbitos infantis e sugerem problemas como carência social e dificuldades de acesso aos serviços de saúde. O desafio de redução dos óbitos infantis nos municípios estudados incorpora não somente a necessidade de melhorias no acesso e na qualidade dos serviços de assistência à saúde materno-infantil, como também a demanda por políticas públicas que visem à redução das desigualdades socioeconômicas.

ASSUNTO(S)

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