Detecção de Enterobacteriaceae e Chlamydophila spp. em psitacídeos provenientes do centro de triagem de animais selvagens de Goiás / Detection of Enterobacteriaceae and Chlamydophila spp. in parrots from the distribution center of the Goiás Wildlife
AUTOR(ES)
Hilari Wanderley Hidasi
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
26/02/2010
RESUMO
O tráfico de animais silvestres é a terceira maior atividade ilegal do mundo, estando apenas atrás do tráfico de armas e de drogas. As aves são os animais mais atingidos pelo comércio ilegal. Além de prejudicial à biodiversidade, o tráfico também pode implicar riscos à saúde humana. Uma série de doenças podem ser transmitidas e adquiridas pelas aves, sendo as mais comumente detectadas as de etiologia bacteriana. O manejo inadequado, principalmente relacionado ao transporte e superpopulação, favorece o aumento da susceptibilidade das aves às infecções ou mesmo a ativação de infecções latentes com conseqüente disseminação de patógenos. Pelo exposto objetivouse realizar a pesquisa de Enterobacteriaceae e determinar o perfil de resistência das cepas isoladas de Escherichia coli, assim como, levantamento da freqüência de Chlamydophila spp. de psitacídeos apreendidos nas ações de combate ao tráfico de animais selvagens em Goiás, com devida autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA/GO). Para tanto, 300 psitacídeos, num período de um ano, foram cadastrados no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), na cidade de Goiânia-Goiás, e submetidos a exames clínicos e laboratoriais. Para a pesquisa de Enterobacteriaceae foram colhidos excretas do fundo de gaiolas, forradas com papel alumínio e acondicionados em gelo para transporte ao laboratório, onde foram analisadas pelo método bacteriológico convencional. Para a pesquisa da Chlamydophila psittaci 300 suabes cloacais e 300 traqueais foram coletados e analisados pela reação em cadeia da polimerase (PCR). Identificaram-se nas excretas as seguintes bactérias da família Enterobacteriaceae: Escherichia coli, 172/300 (33,87%), Enterobacter spp. 153/300 (30,12%), Klebsiella spp. 89/300 (17, 73%), Citrobacter spp. 9/300 (11,71%), Proteus vulgaris 21/300 (4,23%), Providencia alcalifaciens 5/300 (0,98%), Serratia sp.5/300 (0,98%), Hafnia aivei 3/300 (0,59%) e Salmonella sp. 1/300 (0,19%). Isolados de Escherichia coli foram submetidos ao teste de sensibilidade à antimicrobianos, onde se obteve: amoxicilina (10μg) (70,93%), ampicilina (10μg) (75,58%), ciprofloxacina (5μg) (69,76%), cloranfenicol (30μg) (33,14%), doxiciclina (30μg) (64,53%), enrofloxacina(5μg) (41,28%), tetraciclina (30μg) (69,19%), sulfonamida (300μg) (71,51%) de resistência aos antimicrobianos testados. Das amostras colhidas, 11/300 (3,66%) foram positivas na análise pela PCR para Chlamydophilla spp. Os resultados sugerem que psitacídeos provenientes do comercio ilegal são potenciais veiculadores de agentes zoonóticos, e apontam ainda a possibilidade de aves selvagens se constituírem em suporte de transferência de fenótipos de E.coli resistentes para a microbiota humana e de outros animais
ASSUNTO(S)
saude animal (programas sanitarios) e. coli, psitacose, resistência bacteriana, salmonelose, tráfico e. coli, psittacosis, bacterial resistance, salmonellosis, trafficking
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