Desequilíbrio muscular e qualidade de vida de indivíduos com osteoartrite e artroplastia total de joelho

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A osteoartrite de joelho caracteriza-se por um processo degenerativo da cartilagem articular e do osso subcondral, com a presença de processo inflamatório, dor, rigidez, fraqueza muscular, e que leva a uma incapacidade funcional. É uma doença degenerativa e incapacitante, e que necessita de reabilitação funcional para a melhora do indivíduo. Nos casos mais avançados, pode ser realizada a substituição da articulação degenerada por uma prótese. A cirurgia de artroplastia total de joelho pode levar o indivíduo a uma melhora funcional (redução da dor, com conseqüente melhora da capacidade de ativação do quadríceps por redução da inibição muscular reflexa, e possivelmente aumento na capacidade de produção de força do músculo) e a uma melhora da qualidade de vida. Em função disso o objetivo do presente estudo foi comparar as razões de torque e de ativação muscular dos flexores e extensores do joelho e a qualidade de vida e a dor entre indivíduos com osteoartrite de joelho (n=20) e indivíduos com artroplastia total de joelho (n=13). As razões de torque e de ativação dos músculos flexores e extensores de joelho foram avaliados durante contrações isométricas voluntárias máximas no ângulo de 60º, e contrações isocinéticas concêntricas e excêntricas nas velocidades de 60º/s e 180º/s. As razões de torque foram calculas a partir da divisão do valor do pico de torque flexor pelo extensor, e as razões de ativação da mesma forma, porém pela divisão do valor RMS do sinal EMG do músculo BF pelo valor RMS (Root Mean Square) dos músculos VL, RF e VM. As razões musculares foram comparadas entre os grupos e correlacionadas com o questionário Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC). Os escores do WOMAC e a dor (obtida através da escala visual analógica de dor) foram comparados entre os dois grupos. O grupo artroplastia obteve menores escores no WOMAC quando comparado ao grupo osteoartrite (p=0,022), o que indica melhora da qualidade de vida após a artroplastia total de joelho. O grupo artroplastia também apresentou menor intensidade de dor que o grupo osteoartrite (p=0,014). Tanto as razões de torque quanto as de ativação foram semelhantes entre os grupos. Uma correlação positiva foi encontrada entre as razões de torque isocinético convencional e o WOMAC para o grupo osteoartrite, nas velocidades de 60º/s (r=0,501 p=0,025) e 180º/s (r=0,863 p=0,0001). Isso demonstra que indivíduos com aumento das razões de torque, ou seja, maiores desequilíbrios musculares, apresentaram piora da qualidade de vida. Os resultados deste estudo apoiam a hipótese de que a técnica cirúrgica de artroplastia total de joelho propicia uma redução da dor e uma melhora da qualidade de vida. No entanto, não produz uma melhora na funcionalidade do sistema neuromuscular conforme demonstrou a análise das razões de torque e de ativação dos músculos flexores e extensores do joelho.

ASSUNTO(S)

osteoarthritis biomecânica torque total knee replacement quality of life artrite joelho torque ratios activation ratios

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