Descrição de caso de púrpura trombocitopênica aloimune: importância do correto diagnóstico para futuras gestações

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Medical Journal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

CONTEXTO: Púrpura trombocitopênica neonatal aloimune (PTNA) é uma doença neonatal caracterizada por aloimunização materna contra as plaquetas fetais, que apresentam antígenos herdados do pai. Podem ocorrer hemorragias cerebrais, levando à morte ou a anomalias neurológicas permanentes. RELATO DE CASO: Mulher saudável, de 30 anos, deu à luz, por parto cesariano na 36ª semana de gestação, seu primeiro filho. Com 10 horas de vida, o recém-nascido apresentou petéquias e contagem de 8 x 10³ plaquetas/µl no sangue periférico; foi medicado com imunoglobulina e recebeu alta após 18 dias de internação, com 100 x 10³ plaquetas/µl. A causa da trombocitopenia não foi elucidada na época. Um ano depois, a criança morreu de neuroblastoma. Como os pais desejavam outro filho, foram encaminhados para investigação da trombocitopenia. Genotipagem plaquetária e pesquisa de anticorpos antiplaquetários foram realizadas, mostrando total falta de concordância entre os sistemas HPA-1 do pai (HPA-1a1a) e da mãe (HPA-1b1b) e anticorpos anti-HPA-1a no soro da mãe. Concluímos que o primeiro bebê nasceu com PTNA. Por isso, na segunda gravidez, a mãe foi tratada com diversas infusões de imunoglobulina intravenosa. Foi realizado cuidadoso monitoramento por ultra-som, com resultados normais para mãe e feto durante a gravidez. O segundo bebê nasceu por cesárea às 39 semanas, apresentando 92 x 10³ plaquetas/µl seis horas após o nascimento. As plaquetas do recém-nascido foram genotipadas como HPA-1a1b e o soro da mãe novamente mostrou anticorpos anti-HPA-1a. Não houve hemorragia. A terapia de infusão de imunoglobulina foi efetiva na prevenção da PTNA no segundo filho.

ASSUNTO(S)

aloanticorpos alo-antígenos plaquetários trombocitopenia imunoglobulina g antígenos de plaquetas humanas

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