DEMOCRACY AS COMPROMISE: AN ALTERNATIVE TO THE AGONISTIC VS. EPISTEMIC DIVIDE

AUTOR(ES)
FONTE

Kriterion

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/01/2020

RESUMO

RESUMO Relativamente difundida na teoria democrática contemporânea, a dicotomia entre democracia epistêmica e democracia agonística é endossada por acadêmicos tão relevantes quanto Luis Felipe Miguel, Chantal Mouffe e Nadia Urbinati. De acordo com eles, a ideia de que a deliberação democrática possa funcionar como uma troca de argumentos racionais que visa à verdade é incompatível com o reconhecimento do conflito como um componente fulcral da política. Posto de outro modo, a abordagem epistêmica está fadada a obliterar a dimensão agonística e conflitiva da política. Por meio da reconstrução da associação entre democracia e compromisso feita por John Stuart Mill, John Morley e Hans Kelsen, este artigo contesta tal dicotomia e conclui que a conceptualização da democracia como compromisso oferece uma alternativa à dicotomia democracia epistêmica vs. agonismo que desconcerta uma parte significativa da filosofia política hodierna.ABSTRACT The agonistic vs. epistemic dichotomy is fairly widespread in contemporary democratic theory and is endorsed by scholars as outstanding as Luis Felipe Miguel, Chantal Mouffe, and Nadia Urbinati. According to them, the idea that democratic deliberation can work as a rational exchange of arguments that aims at truth is incompatible with the recognition of conflict as a central feature of politics. In other words, the epistemic approach is bound to obliterate the agonistic and conflictive dimension of democracy. This article takes this dichotomized way of thinking to task by reconstructing the association between democracy and compromise made by John Stuart Mill, John Morley, and Hans Kelsen. It concludes that the conceptualization of democracy as compromise offers an alternative to the agonistic vs. epistemic divide that disconcerts a significant part of political philosophy today.

Documentos Relacionados