Delirium e qualidade de vida em pacientes críticos: um estudo de coorte prospectivo
AUTOR(ES)
Luz, Lúcia Fabiane da Silva; Santos, Moreno Calcagnotto dos; Ramos, Tiago Almeida; Almeida, Clarissa Balbão de; Rover, Márcia Cristina; Dal’Pizzol, Claudia Pellizzer; Pohren, Cristiane Letícia da Silva; Martins, Aline Vanessa da Silva; Boniatti, Márcio Manozzo
FONTE
Rev. bras. ter. intensiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-09
RESUMO
RESUMO Objetivo: Avaliar a associação entre a incidência de delirium na unidade de terapia intensiva e qualidade de vida 1 mês após a alta hospitalar Métodos: Trata-se de estudo de coorte prospectivo desenvolvido em unidades de terapia intensiva de dois hospitais de média complexidade durante o período de dezembro de 2015 a dezembro de 2016. Delirium foi identificado por meio da escala Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit. No momento da alta hospitalar, foram avaliadas capacidade funcional e cognição por meio do índice de Barthel e da escala de Mini Exame do Estado Mental, respectivamente. Após 30 dias da alta hospitalar do paciente, por meio de contato telefônico, aplicou-se o questionário World Health Organization Quality of Life-Bref. Resultados: Foram incluídos 216 pacientes. Delirium foi identificado em 127 (58,8%) deles. Os pacientes com delirium apresentaram maior dependência funcional (mediana do índice de Barthel 50,0 [21,2 - 70,0] versus 80,0 [60,0 - 95,0]; p < 0,001) e menor cognição (escore do Mini Exame do Estado Mental 12,9 ± 7,5 versus 20,7 ± 9,8; p < 0,001) na alta hospitalar. Com relação à qualidade de vida, avaliada 1 mês após alta hospitalar, não houve diferença, em nenhum dos domínios, entre os pacientes com e sem delirium. Conclusão: Nossos achados sugerem que os pacientes com delirium na unidade de terapia intensiva não apresentam piora da qualidade de vida 1 mês após a alta hospitalar, apesar de apresentarem maior prejuízo cognitivo e incapacidade funcional no momento da alta hospitalar.
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