Deficiência de Testosterona Aumenta Readmissão Hospitalar e Mortalidade em Pacientes do Sexo Masculino com Insuficiência Cardíaca
AUTOR(ES)
Santos, Marcelo Rodrigues dos, Sayegh, Ana Luiza Carrari, Groehs, Raphaela Vilar Ramalho, Fonseca, Guilherme, Trombetta, Ivani Credidio, Barretto, Antônio Carlos Pereira, Arap, Marco Antônio, Negrão, Carlos Eduardo, Middlekauff, Holly R., Alves, Maria-Janieire de Nazaré Nunes
FONTE
Arq. Bras. Cardiol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
21/07/2015
RESUMO
Fundamento:A deficiência de testosterona na insuficiência cardíaca (IC) está associada à diminuição da capacidade de exercício e mortalidade, mas o seu impacto sobre as readmissões é incerto. Além disso, sua relação com a ativação simpática é desconhecida.Objetivo:O presente estudo investigou o papel dos níveis de testosterona nas reinternações hospitalares, na mortalidade e na atividade nervosa simpática em pacientes com IC.Métodos:A testosterona total (TT) e a testosterona livre (TL) foram medidas em 110 pacientes do sexo masculino hospitalizados, com fração de ejeção < 45% eclassificação funcional da New York Heart Association (NYHA) IV, qualificados em dois grupos: 66 com baixos níveis de testosterona (BT) e 44 com testosterona normal (TN). Hipogonadismo foi definido como TT < 300 ng/dL e TL < 131 pmol/L. A atividade nervosa simpática muscular (ANSM) foi gravada por microneurografia em uma subpopulação de 27 pacientes.Resultados:O tempo de permanência hospitalar foi maior em pacientes BT em comparação com pacientes TN (37 ± 4 vs. 25 ± 4 dias; p = 0,008). Da mesma forma, o risco cumulativo de readmissão no período de um ano foi maior em pacientes BT (44% vs. 22%, p = 0,001). Na análise de uma única variável preditora, a testosterona total (HR = 2,77, IC 95% 1,58-4,85, p = 0,02) previu readmissão hospitalar no prazo de 90 dias. Na análise de uma única variável preditora, testosterona total (HR = 4,65, IC 95% 2,67-8,10, p = 0,009) e readmissão dentro de 90 dias (HR = 3,27, IC 95% 1,23-8,69, p = 0,02) previram aumento de mortalidade. Ativação neuro-humoral, estimada pela ANSM, foi significativamente maior nos pacientes BT em comparação aos do grupo TN (65 ± 3 vs. 51 ± 4 disparos/100BC; p < 0,001).Conclusão:Estes resultados sustentam o conceito de que BT é um fator de risco independente para a readmissão hospitalar dentro de 90 dias e para aumento de mortalidade em pacientes com IC. Além disso, observou-se aumento da ANSM em pacientes com baixos níveis de testosterona.
ASSUNTO(S)
insuficiência cardíaca / mortalidade testosterona / deficiência readmissão do paciente homens
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