Decolonizando business history: o caso da historiografia Unilever

AUTOR(ES)
FONTE

Cadernos EBAPE.BR

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

Resumo A ascensão da direita radical no contexto do capitalismo neoliberal numa era de descolonização e império vem sendo impulsionada por revisionismos historiográficos que informam a radicalização em escala global da colonialidade Norte-Sul negada pela história. Nesse contexto investigamos a negação da América Latina pela historiografia da Unilever (HU) co-produzida pela área de business history (BH). O objetivo é investigar a negação da América Latina na HU e buscar a superação desse quadro em BH por meio de uma abordagem decolonial transmoderna engajada com a maioria vivendo “histórias outras” que promovem um diálogo Sul-Norte inovador entre as viradas históricas euro-britânica e decolonial da América Latina em estudos organizacionais e da gestão (EOG). Como metodologia desenvolvemos uma perspectiva decolonial práxica de investigação historiográfica visando ir além do padrão de pluralidade conformista no Norte, rumo à transmodernidade libertadora no Sul e no Norte. A investigação sugere que a HU incorpora um padrão ambivalente de historicização que é ignorado por ambas as viradas históricas. Argumentamos que a institucionalização do campo de BH pelo mundo anglo-americano como uma virada pós-imperial é informada por dinâmicas inter-imperiais e radicalização do binarismo Norte-Sul protagonizadas pela área de imperial history. Com implicações para pesquisa e ensino em BH e EOG, concluímos que diálogos transmodernos engajados com crescente população vivendo presentes coloniais-imperiais permitem a renovação de lutas decoloniais solidárias no Sul e no Norte contra dinâmicas inter-imperiais de negação e apropriação-contenção de “histórias outras” vividas também por acadêmicos.

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