De menina a mulher : um ensaio sobre o enigma da feminilidade na clínica psicanalítica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A presente pesquisa apresenta o dado clínico relativo à feminilidade, mais especificamente, à construção do ser feminino diante do seu enigma. Questiona-se o que pode ser apontado sobre a construção da feminilidade na menina, considerando a relação específica mãe e filha. Propõe-se que os momentos de ressurgência, vocábulo que se torna constructo ao final do trabalho, possibilita o reinventar e o exercer a feminilidade. Para tanto utiliza-se o referencial psicanalítico freudiano e lacaniano, especificamente ao que diz respeito as operações de alienação e separação. O método de pesquisa é o psicanalítico, o qual leva em conta as formações do inconsciente, decorrente dos processos de serendipidade, do solipsismo metodológico e de alteridade. Na pesquisa psicanalítica emprega-se a construção do caso como forma de comunicar os achados da pesquisa, assim como lança-se mão do ensaio metapsicológico para discutir os resultados. Durante a construção do caso verifica-se a operação de separação, de Helena, do Outro materno, durante o processo de análise, o qual possibilitou a menina em ressurgência apropriar-se e assumir o curso de seu desejo. A análise, desta forma, proporciona a menina em ressurgência o ensejo de ser diferente de sua mãe e não uma reprodução. Esta inviável, levando em conta que uma mulher feminina é única e por isso não há como reproduzi-la. Aponta-se, assim, a importância da separação entre mãe e filha para que a segunda possa ser sujeito do seu desejo e, conseqüentemente, autorizar-se a reinventar e a exercer a feminilidade, sendo a ressurgência um momento facilitador para tornar-se uma mulher feminina. Nesse sentido o tratamento analítico aponta o enigma de cada mulher feminina, mas não o revela, pois nesta há sempre algo a ser dito de maneira muito particular.

ASSUNTO(S)

feminilidade

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