Custos hospitalares de doenças atribuíveis a fatores ambientais entre os residentes de Boa Vista e os incrementos do atendimento aos migrantes venezuelanos

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FONTE

Cadernos Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

Resumo Introdução Cerca de 83,33% doenças possuem alguma relação com fatores de risco ambientais que agem sobre o processo saúde-doença e muitas são responsáveis por morte prematura. Objetivo O presente estudo teve como objetivo estimar o custo das doenças atribuíveis a fatores ambientais na cidade de Boa Vista, entre os anos de 2008 e 2018, apontando o incremento decorrente do atendimento dos migrantes venezuelanos. Método As causas de internação hospitalar foram agrupadas com base no estudo da Análise Comparativa de Risco da Organização Mundial da Saúde. O valor foi estimado por meio do método do macrocusteio, que identifica os itens de custo em alto nível de agregação, englobando alguns componentes de custo mais relevantes para o serviço analisado. Resultados O custo total das doenças foi estimado em R$34.188.116,74, dos quais as que mais oneraram o sistema público de saúde de Boa Vista, na série histórica analisada, foram as síndromes respiratórias agudas (R$ 28.359.511,58), doenças diarreicas (R$3.484.947,53) e a malária (R$861.204,17). E quanto ao incremento nas despesas das unidades hospitalares de Boa Vista decorrentes do atendimento dos migrantes, observou-se que este ocorreu prioritariamente nos anos de 2017 e 2018, representando apenas 3,6% dos custos totais. Conclusão As relações entre migração e a saúde são complexas e multifatoriais, e exigem respostas eficientes dos profissionais e gestores dos sistemas oficiais de saúde, especialmente quando se trata de migrações internacionais.

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