Cruzes e feitiços: Identidades e trocas culturais nas práticas fúnebres em Angola

AUTOR(ES)
FONTE

Varia hist.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-08

RESUMO

Resumo O objetivo deste artigo é refletir, através da análise de jornais e textos literários, sobre práticas, trocas culturais e conflitos nas cerimônias fúnebres em Luanda e arredores entre o final do século XIX e o início do XX. Trabalhamos com três categorias sociais: colonos (metropolitanos e descendentes), filhos da terra (nascidos em Angola que dominavam códigos culturais europeus) e gentio (africanos que, por não dominarem códigos culturais europeus, não tinham acesso aos direitos da cidadania portuguesa e podiam ser sujeitos ao trabalho forçado). Em um contexto de intensificação da presença portuguesa e de subalternização das elites da terra e do gentio, os funerais eram ocasiões privilegiadas de manifestação de diferenças e compartilhamentos. Através das práticas fúnebres, os diversos grupos sociais afirmavam suas identidades e promoviam trocas culturais que gerariam não apenas conflitos e controle, mas também formas híbridas de tratamento da morte, explicitando uma importante característica da cultura urbana luandense.

ASSUNTO(S)

práticas fúnebres angola expansão colonial

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