Cruzes e feitiços: Identidades e trocas culturais nas práticas fúnebres em Angola
AUTOR(ES)
Marzano, Andrea
FONTE
Varia hist.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-08
RESUMO
Resumo O objetivo deste artigo é refletir, através da análise de jornais e textos literários, sobre práticas, trocas culturais e conflitos nas cerimônias fúnebres em Luanda e arredores entre o final do século XIX e o início do XX. Trabalhamos com três categorias sociais: colonos (metropolitanos e descendentes), filhos da terra (nascidos em Angola que dominavam códigos culturais europeus) e gentio (africanos que, por não dominarem códigos culturais europeus, não tinham acesso aos direitos da cidadania portuguesa e podiam ser sujeitos ao trabalho forçado). Em um contexto de intensificação da presença portuguesa e de subalternização das elites da terra e do gentio, os funerais eram ocasiões privilegiadas de manifestação de diferenças e compartilhamentos. Através das práticas fúnebres, os diversos grupos sociais afirmavam suas identidades e promoviam trocas culturais que gerariam não apenas conflitos e controle, mas também formas híbridas de tratamento da morte, explicitando uma importante característica da cultura urbana luandense.
ASSUNTO(S)
práticas fúnebres angola expansão colonial
Documentos Relacionados
- Trocas culturais no "Rio Atlântico": Angola no auge do trato de escravos
- “Quando a morte revela a vida”. Historiadora investiga, através das práticas fúnebres, os conflitos inerentes à expansão colonial em Angola
- '470, é nois na fita! ' : práticas culturais e construção de identidades juvenis em uma periferia urbana
- Alfabetização nas ondas do rádio: materiais didáticos e práticas culturais
- Os transparentes: identidades nacionais em exibição na Angola de Ondjaki