Crescimento inicial e respostas fotossintéticas de três espécies leguminosas arbóreas submetidas à adubação verde e química em um plantio florestal na Amazônia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/05/2012

RESUMO

Atualmente 20% da Amazônia Legal encontra-se degradado ou alterado. A necessidade de se restaurar estes ecossistemas torna-se cada dia maior, uma vez que reconhecemos os serviços prestados pela floresta. Conhecer a necessidade silvicultural de espécies nativas, e suas respostas ecofisiológicas à diferentes métodos de adubação, é de grande relevância para o desenvolvimento de plantios florestais, capazes de melhor utilizar os recursos disponíveis. Neste sentido, foi avaliada a influência de diferentes tratamentos de adubação no crescimento inicial, nas respostas fotossintéticas e nutricionais, e na produção de biomassa de três espécies leguminosas arbóreas, nativas da região amazônica, em um plantio florestal misto. O experimento foi instalado em uma área degradada no entorno da Usina Hidrelétrica Balbina (UHE Balbina) no município de Presidente Figueiredo, AM. Os tratamentos de adubação foram: T1 = sem adubação, T2 = adubação de cova, T3 = adubação química, T4 = adubação verde e T5 = adubação verde mais química. Também foi avaliado o desempenho de três espécies Dipteryx odorata, Inga edulis e Schizolobium amazonicum. Para tanto, foram determinadas a porcentagem de sobrevivência, as taxas de crescimento absoluto e relativo, em altura e diâmetro, a produção de biomassa, os teores de nutrientes e pigmentos cloroplastídicos nas folhas, as trocas gasosas e a fluorescência da clorofila a. D. odorata teve 100% de sobrevivência em todos os tratamentos. A menor taxa de sobrevivência para I. edulis foi verificada no T5, e para S. amazonicum no T2 e T4. As maiores taxas de crescimento absoluto em altura foram obtidas no T5 para as espécies I. edulis e S.amazonicum, 23,02 cm mês-1 e 20,11 cm mês-1 respectivamente. A espécie D. odorata obteve o maior crescimento em altura no T3 10,16 cm mês-1. O mesmo comportamento foi observado nas taxas de crescimento absoluto em diâmetro. De maneira geral a espécie I. edulis obteve as maiores taxas de crescimento absoluto em comparação as demais espécies. As taxas de crescimento relativo foram maiores na espécie S. amazonicum tanto em altura como em diâmetro. A espécie I. edulis produziu maior biomassa que as demais espécies em todos os tratamentos. A maior diferença entre as espécies, para biomassa total, foi encontrada no tratamento T4, onde I. edulis produziu 23 vezes mais biomassa do que D. odorata e 7 vezes mais do que S. amazonicum. O melhor tratamento de adubação na produção de biomassa para I. edulis (7350,27 g) e S.amazonicum (1877,60 g) foi o T5, sendo que a espécie D. odorata apresentou valores muito próximos nos tratamentos T3 (455,00 g) e T5 (443,83 g). As altas taxas fotossintéticas encontradas no tratamento T5 para as três espécies D. odorata (13,08 μmol CO2 m-2 s-1), I. edulis (20,65 μmol CO2 m-2 s-1) e S.amazonicum (18,24 μmol CO2 m-2 s-1) refletiram a alta produtividade das espécies. As maiores taxas para condutância estomática e transpiração foram obtidas para a espécie I. edulis, em todos os tratamentos de adubação. Com relação à fluorescência da clorofila a, os maiores valores de FV/FM foram encontrados no tratamento T5 para a espécie S. amazonicum (0,80), os menores valores ocorreram para a espécie I. edulis no tratamento T1. Para o índice de desempenho os maiores valores também foram observados para a espécie S. amazonicum no tratamento T5, e os menores valores foram determinados nos tratamentos T1 e T2 para as espécies D. odorata e I. edulis, respectivamente. Os maiores teores de clorofila total foram encontrados nos tratamentos T3 (1,74 μmol g-1 ) e T5 (1,82 μmol g-1), para D. odorata e I. edulis respectivamente. Conclui-se desta forma a necessidade em se recuperar a priori a fertilidade do solo, para o estabelecimento de plantios florestais em áreas degradadas. Recomenda-se também o desenvolvimento de novas pesquisas com espécies nativas, na área de silvicultura tropical, a fim de desenvolver novas técnicas de plantios em reflorestamentos na Amazônia.

ASSUNTO(S)

silvicultura tropical restauração ecológica nutrição florestal cumaru ingá paricá recursos florestais e engenharia florestal

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