Crescimento inicial, alocação de recursos e fotossintese em plantulas das especies vicariantes : Hymenaea courbaril var stilbocarpa (Hayne) Lee &Lang. (jatoba) e Hymenaea stigonocarpa Mart. (jatoba-do-cerrado) (Leguminosae - Caesalpinioideae)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Em grande parte dos trópicos, a vegetação é composta por um mosaico de áreas de savanas e de florestas. De acordo com muitos pesquisadores, a distribuição atual de formações florestais e savânicas é resultado de alterações climáticas que ocorreram durante o Pleistoceno e o início do Holoceno e que ocasionaram grandes mudanças na cobertura vegetacional e na distribuição de espécies vegetais. Na maioria dos casos, apesar das formações savânicas e florestais serem contíguas, sem barreiras ecológicas definidas entre suas populações, há poucas trocas de elementos florísticos entre as duas formações. Há, entretanto, diversos gêneros de plantas que apresentam espécies de mata e espécies de cerrado, que são muito afins, chamadas de espécies vicariantes. Acreditase que as diferenças ecológicas e fisiológicas existentes entre espécies florestais e savânicas determinem a distribuição destes dois grupos de plantas, tendo um importante papel na dinâmica do limite savana-floresta. Dessa forma, fica evidente que estudos comparativos sobre espécies vicariantes constituem excelente oportunidade de se detectar diferenças ecológicas entre matas e cerrados. O objetivo do presente trabalho foi compreender as diferenças relacionadas à adaptação e estabelecimento de plântulas das espécies vicariantes Hymenaea courbaril var. stilbocarpa (Hayne) Lee &Lang. e H. stigonocarpa Mart., nos seus respectivos ambientes naturais, utilizando-se parâmetros de fotossíntese e de crescimento. Para tanto, foram realizados experimentos sob diferentes intensidades luminosas e em diferentes substratos, em condições naturais e conhecidas e, parcialmente, controladas. Com os resultados obtidos nos experimentos realizados, pôde-se identificar diferenças entre as duas espécies estudadas ligadas à disponibilidade de água e, principalmente, à luz, resultantes da adaptação das plântulas aos seus respectivos ambientes. No início do desenvolvimento, a espécie de mata investiu no crescimento da parte aérea e foi mais tolerante à sombra e menos tolerante à luz, enquanto a espécie de cerrado investiu na parte subterrânea e foi mais tolerante à luz e menos tolerante à sombra. As plântulas de H. stigonocarpa parecem apresentar uma plasticidade menor em relação a H. courbaril var stilbocarpa e, como consequencia, uma baixa capacidade de ocupação de novos ambientes. Postula-se no presente trabalho que a espécie Hymenaea courbaril tenha originado a espécie H. stigonocarpa, que é exclusiva dos cerrados brasileiros.

ASSUNTO(S)

fotossintese biologia vegetal crescimento

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