Cotidiano, identidade e memória: narrativas de camelôs em Pelotas (RS)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo desta dissertação é discutir o fenômeno da informalidade/formalidade entre a ocupação específica dos camelôs no chamado Camelódromo de Pelotas; assim uma etnografia desse espaço é proposta em correlação com os conceitos de identidade de grupo e memória coletiva. A partir de uma abordagem metodológica pautada nas histórias individuais dos trabalhadores é analisado o período que se estende entre os anos de 1997 a 2007. As questões em torno de como se constroem as identidades entre os trabalhadores e de como essa se revela em oposição e complementaridade com o fato de se sentirem e se nomearem pequenos empresários está expressa nos depoimentos e torna-se o ponto chave da pesquisa. As histórias de vida destes trabalhadores são carregadas tanto de razões para o seu estar no mundo ocupando essa posição e não outra, quanto de não-razões para prever um futuro em um meio de vida tão instável, onde os riscos oriundos do contrabando, pirataria e sonegações fiscais se materializam nas incontáveis histórias de perdas de mercadorias revendidas, acarretando prejuízos, endividamentos e, muitas vezes, a impossibilidade de trabalhar e, portanto, de ter para si uma ocupação, que apesar dos delitos e infrações do ponto de vista legal, é considerada pelos entrevistados como um trabalho digno. Durante quatro anos estabeleci contatos e freqüentei o Camelódromo de Pelotas com regularidade, o que possibilitou a obtenção de depoimentos sobre os principais temas que fazem parte de seus cotidianos no trabalho e que se relacionam de forma direta à construção de suas identidades e de suas memórias.

ASSUNTO(S)

trabalho identidade work identity memória memory antropologia

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