Correlação entre o fluxo sangüíneo intestinal e a cicatrização de anastomoses colônicas: estudo experimental em cães

AUTOR(ES)
FONTE

Acta Cirurgica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

As anastomoses colônicas estão associadas à alta incidência de deiscências e o choque é um dos fatores etiológicos relacionados.O objetivo do presente estudo foi correlacionar as alterações do fluxo sanguíneo intestinal decorrentes do choque hipovolêmico e a cicatrização das anastomoses colônicas. Dezesseis cães foram submetidos à anastomose cólon-colônica, sendo que em oito deles o choque hipovolêmico foi induzido. Excetuando o período de confecção da anastomose, o fluxo sanguíneo intestinal foi continuamente aferido. Registrou-se a freqüência cardíaca e pressão arterial média durante todo o experimento. Coletou-se três amostras de sangue para determinação do volume globular em três momentos diferentes da cirurgia. No 7º dia de pós-operatório os cães foram submetidos novamente à operação para avaliação clínica da anastomose (presença de abscessos, fistulas ou deiscências). Retirou-se uma porção de 15 cm do cólon contendo a anastomose para aferição da pressão de ruptura e estudo anátomo-patológico com as colorações: H-E e picrosírius (densitometria do colágeno). Os parâmetros clínicos avaliados determinaram um índice de complicações infecciosas duas vezes superior no grupo chocado que no grupo controle. Não houve diferença estatisticamente significante com relação à pressão de ruptura, todavia a concentração de colágeno total foi maior no grupo controle do que no grupo submetido ao choque. O estudo anátomo-patológico (H-E) demonstrou parâmetros de cicatrização mais favoráveis no grupo controle. Assim, concluiu-se que a diminuição do fluxo sanguíneo intestinal acarretou deterioração do processo cicatricial das anastomoses, pelo maior número de complicações, menor concentração de colágeno total e comprometimento nos parâmetros histológicos.

ASSUNTO(S)

cicatrização cólon choque

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