Correlação entre estado nutricional e ingestão alimentar em pacientes de hemodiálise

AUTOR(ES)
FONTE

Clinics

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-06

RESUMO

OBJETIVOS: Pacientes em fase final de enfermidade renal frequentemente sofrem de falta de apetite, várias comorbidades e restrições dietéticas, e a despeito de hemodiálise regular, desequilíbrios nutricionais são frequentemente relatados. Com o propósito de correlacionar estado nutricional com ingestão alimentar, um estudo prospectivo foi realizado com pacientes ambulatoriais. MÉTODOS: Doentes estáveis sibmetidos a hemodiálise crônica por no mínimo 3 meses (n= 44) foram investigados mediante recordatório alimentar e determinações convencionais antropométricas, bioquímicas e de bioimpedância , incluindo-se avaliação global subjetiva e também objetiva. A idade do grupo era de 47.0 ± 16.9 anos com 63.6% de homens. O índice de massa corporal situava-se em 22.2 ± 3.9 kg/m2, a ingestão calórica foi de 1471 ± 601 kcal/dia (20.7 ± 6.7 kcal/kg/dia) e o consumo proteico atingiu 74.3 ± 16.6 g proteina/dia (1.2 g/kg/dia) . As variáveis dietéticas e clínicas foram correlacionadas com os índices nutricionais através da análise de regressão linear. RESULTADOS: A desnutrição estimada pela avalia;áo global subjetiva foi muito comum (>90%), apesar de que o índice de massa corporal e a taxa de albumina estavam aceitáveis na maioria da população. A avaliação objetiva global evidenciou resultados numericamente parecidos, com 6,8% bem nutridos, 61,4% com risco nutricional ou desnutrição leve, 29,6% no patamar moderado e 2,3% exibindo desnutrição grave. O ganho calórico total não apresentou associações, todavia ingressos de proteina, carboidratos e lípides se correlacionaram positivamente com a prega cutânea do tríceps (P=0.02). Apenas a ingestão lipídica associou-se diretamente com a circunferência do braço, demonstrando ainda correlação com o índice de massa corporal bem como com a gordura corpórea total (bioimpedância) (P<0.001). CONCLUSÕES: 1) 0s teores de proteinas, lípides e carboidratos na dieta exibiram um certo número de correlações com variáveis antropométricas e de bioimpedância; 2) A ingestão lipídica foi o melhor índice nesta experiência, ultrapassando a proteina ou o ganho energético total; 3) Em que pesem algumas limitações, o recordatório alimentar foi útil na avaliação destes pacientes de hemodiálise.

ASSUNTO(S)

hemodiálise insuficiência renal uremia avaliação nutricional avaliação subjetiva global bioimpedância

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