Correlação entre contexto morfoestrutural e sismicidade nas regiões de João Câmara e São Rafael (RN)
AUTOR(ES)
Cristiano de Andrade Amaral
DATA DE PUBLICAÇÃO
2000
RESUMO
Esta dissertação de mestrado descreve a deformação rúptil em duas zonas sísmicas no Nordeste do Brasil: João Câmara e São Rafael, estado do Rio Grande do Norte. Ambas as áreas mostram falhas sismogênicas, Samambaia e São Rafael, indicadas por zonas estreitas de epicentros com direção N40oE, comprimentos de 30 km e 4 km, e profundidades de 1-12 km e 0,5-4 km, respectivamente. Os primeiros estudos sismológicos e geológicos realizados nestas áreas sugeriram tratar-se de falhas cegas ou ainda em processo de nucleação. A região se encontra sob regime de compressão com direção aproximadamente E-W e é formada por um embasamento cristalino deformado por um ou mais ciclos orogênicos, que geraram zonas de cisalhamento marcadas por foliação forte e penetrativa e formas sigmoidais. O embasamento cristalino é recoberto pela Bacia Potiguar, de idade Cretácea, que também é capeada por sedimentos continentais siliciclásticos da Formação Barreiras e aluviões quaternários. O principal objetivo do presente trabalho foi mapear as áreas epicentrais e descobrir se as mesmas apresentavam alguma feição geológica ou morfotectônica relacionada às falhas sismogênicas. Mapas geológicos de detalhe foram feitos em ambas as áreas com o objetivo de identificar estruturas rúpteis e feições de drenagens ou topográficas relacionadas com falhamentos. Evidências geológicas e morfotectônicas indicaram que ambas as falhas sismogênicas ocorreram em estruturas pré-existentes. As falhas cortam rochas cenozóicas ou mostram expressão topográfica relacionada a altos/baixos de relevo e canais alinhados de rios. As rochas de falha nas falhas de Samambaia e São Rafael são cataclasitos, brechas de falha, gouge, pseudotaclito e veios de quartzo e calcedônia, que apontam para processos de reativação em diferentes níveis crustais. A idade da primeira movimentação das falhas de Samambaia e São Rafael possivelmente varia entre o final do Pré-Cambriano e o final do Cretáceo. Ambas as falhas cortam o fabric Pré-cambriano e mostram evidências de processos frágeis que ocorreram entre 4 e 12 km de profundidade, os quais provavelmente não aconteceram durante o Cenozóico. Os resultados são de grande importância para o risco sísmico regional. Eles indicam que as falhas mapeadas pelo presente trabalho são mais longas que as falhas descritas pelos estudos sismológicos. A metodologia utilizada pelo presente estudo pode ter grande aplicação em outras áreas sismogênicas intraplaca
ASSUNTO(S)
sismicidade neotectônica geologia falha de são rafael falha de samambaia
ACESSO AO ARTIGO
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