Correlação dos níveis de NT-proBNP com CK-MB, troponina I, escore de risco timi e fração de ejeção do ventrículo esquerdo na síndrome coronariana aguda sem supradesnível do segmento ST

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST é caracterizada por pacientes com angina instável ou infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST, e, quando associada à elevação dos níveis do peptídeo natriurético cerebral, pode levar a taxas de mortalidade aumentadas em seguimento prolongado e ao maior risco de insuficiência cardíaca. O peptídeo natriurético cerebral humano é produzido no coração, principalmente nos ventrículos, estimulado pela distensão do miócito. Tal processamento libera uma molécula biologicamente ativa de 32 aminoácidos (peptídeo natriurético cerebral) e o fragmento N-terminal do peptídeo natriurético cerebral de 76 aminoácidos. Os objetivos da presente pesquisa foram avaliar o significado da dosagem plasmática do precursor do peptídeo natriurético cerebral em pacientes durante o período de internação hospitalar com síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST, angina instável e infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST, e correlacionar com os marcadores de necrose miocárdica (creatinofosfoquinase fração músculo-cerebral e troponina I), com o escore de risco TIMI e com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo. O estudo foi observacional, transversal e descritivo, cuja amostra constituiu-se de 87 pacientes consecutivos com diagnóstico definitivo de síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST. Os critérios de exclusão foram: diagnóstico prévio ou sinais e sintomas de insuficiência cardíaca congestiva, níveis de creatinina >2,5 mg/dl, infarto agudo do miocárdio recente e hipertensão arterial sistêmica grave. Amostras para dosagem do fragmento N-terminal do peptídeo natriurético cerebral foram colhidas em um intervalo de 72 horas a partir do início dos sintomas. O exame de ecocardiograma foi realizado para análise da fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 37 (42,5%) com angina instável e 50 (57,5%) com infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo superior a 40% foi encontrada em 86,2% do total de pacientes. Observou-se aumento dos níveis séricos do fragmento N-terminal do peptídeo natriurético cerebral mais significativo nos pacientes com infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST do que naqueles com angina instável (p<0,001). A elevação dos níveis de fragmento N-terminal do peptídeo natriurético cerebral foi associada ao aumento da troponina I (rs=0,425, p<0,001), ao pico da creatinofosfoquinase fração músculo-cerebral (rs=0,458, p<0,001) e à depressão da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (rs= 0,345, p=0,002), mas não se correlacionou com o escore de risco TIMI (rs=0,082, p=0,44). Através de análise multivariada, demonstrou-se que tanto a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (p=0,017) quanto os níveis de troponina I (p=0,002) se correlacionaram de forma independente com os níveis do fragmento N-terminal do peptídeo natriurético cerebral.

ASSUNTO(S)

síndrome decs coronariopatias decs natriuréticos decs infarto do miocárdio decs angina instável decs

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