Contribuição a critica da economia politica do não-trabalho
AUTOR(ES)
Glaucia Angelica Campregher
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
Nosso objetivo nesta tese foi procurar a negatividade e a positividade dos novos lances de negação do trabalho sob o capitalismo. De modo resumido, não vemos apenas negatividade na crescente redundância do trabalho vivo fabril para a valorização produtiva, nem na generalização dos procedimentos científicos (integralmente voltados à busca dessa mesma valorização, seja via inovações tecnológicas,"seja via inovações organizacionais), nem na crise social e de representação que atinge a classe trabalhadora. Ainda assim, estam os longe de antever nesses movimentos o pós-capitalismo, o fim das classes sociais, o tempo livre tomando o lugar do tempo de trabalho, e outras quimeras mais. O que vemos de mais produtivo, teórica e politicamente, é a emergência de um conjunto de evidências de que o processo de abstração do trabalho continua fazendo seu trabalho. Fazemos da indissociabilidade entre alienação e coisificação, desalienação e apropriação, racionalidade instrumental e substantiva, indivíduo e sociedade, trabalho e interação, a base para fundarmos um ideal de emancipação humana que não seja "ideal" (no sentido inclusive de impossível), nem meramente pragmático. Recusamos o primeiro na forma de nossa oposição à utopia habermasiana de convivência, mais pacífica ou mais conflituosa, entre os sub-sistemas do dinheiro e, do poder e o mundo da vida. O que não significa que partilhemos do pessimismo daqueles (que vão de intelectuais frankfurtianos a militantes sindicais) que acreditam que a manipulação ideológica e tecnológica - via negação do trabalho e dos valores ligados ao mesmo - torna insuficiente a resistência passiva, e impossível a crítica ativa do capital. Por último se o possível, para nós, não é a defesa do "mundo da vida" habermasiano, muito menos seria a defesa do "mundo do trabalho" (e do assalariamento, do mercado e do Estado, por exemplo...) que tivemos até aqui. Novas formas de organização do trabalho estão surgindo e o seu significado não está dado diante mão. Para que o possamos disputar, contudo, precisamos transcender os termos mesmos desse debate.
ASSUNTO(S)
economia trabalho relações trabalhistas economia do trabalho
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000252308Documentos Relacionados
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