Contra a Arte Bruta: sofrimento mental, segregação e arte contemporânea

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

O artigo apresenta o conceito “Arte bruta” e acompanha suas principais articulações nos campos da arte e saúde mental até a década de 1960. Em uma análise crítica, explicita-se como este, apesar de incitar à valorização do material artístico produzido por pacientes psiquiátricos e outros artistas fora do circuito erudito, contribui para uma categorização segregacionista dos artistas ditos “loucos”, ao adotar uma compreensão reducionista e idealizada da criação como expressão espontânea, acessível a tais sujeitos justamente por estarem “apartados da cultura”. Mostra-se ainda que tal noção, apesar de utilizada ainda hoje, foi objeto de remodelamento e renomeação - como “outsider art”, especialmente - entre 1960/1970, com a desnaturalização do isolamento dos ditos “doentes” trazida pela Reforma Psiquiátrica e o advento de mudanças significativas na concepção de arte e produção artística.

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