Consumo de antibióticos, fatores de risco e evolução de pneumonia associada à ventilação por Staphylococcus aureus sensível ou resistente à oxacilina em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva de Adultos de um hospital universitário brasileiro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

As PAVs associadas a bactérias multirresistentes a antibióticos caracterizam-se por maior morbidade, mortalidade e custos. O objetivo do estudo foi avaliar diferenças epidemiológicas entre PAVs por S. aureus resistente (ORSA) e sensível (OSSA) à oxacilina, bem como o seu prognóstico quando da terapêutica antimicrobiana empírica, além da associação entre o consumo de carbapenêmicos, cefalosporinas de terceira e quarta gerações, vancomicina e a etiologia de PAVs por microrganismos multirresistentes em pacientes internados em UTI mista de adultos. Foi realizado um estudo caso-controle de pacientes com PAVs pelos dois fenótipos (ORSA e OSSA) em 23 pacientes no período de maio/2006 à abril/2007. As PAVs foram definidas com base em critérios clínicos, tempo 48 horas de ventilação mecânica, radiológicos e microbiológicos (contagem 106 UFC/ml no aspirado traqueal). Foram calculadas as densidades de uso dos seguintes antibióticos: carbapenêmicos, cefalosporinas de 3a/4a gerações e vancomicina. O espectro de resistência in vitro foi definido pela técnica de difusão em gel. No total, foram diagnosticados 53 casos de PAVs. As pneumonias por S. aureus foram causadas em 23 casos, 56,5% e 43,5%, respectivamente, por amostras de ORSA e OSSA e foram predominantes em PAVs tardias com freqüências de 92,3% (ORSA) e 60,0% (OSSA). A idade superior a 60 anos foi o único fator relacionado (p<0,05) com o desenvolvimento de PAVs por ORSA. A taxa de mortalidade foi maior (p>0,05) nesse grupo com 38,5% versus 20,0% no grupo com OSSA, embora a terapêutica antibiótica inadequada no grupo com pneumonia por ORSA fosse menor (p>0,05) do que a observada nos casos de PAV por OSSA (23,1% versus 30,0%). Os principais agentes de PAVs no grupo de pacientes analisado foram P. aeruginosa (40,0%) e S. aureus (38,3%) com cerca de 2/3 das amostras resistentes ao imipenem e oxacilina, respectivamente. O consumo de cefalosporinas de 3a/4a gerações (496,9 DDDs/1000 pacientes-dia) foi elevado e associado ao aumento na incidência de PAVs por P. aeruginosa e S. aureus, sobretudo por fenótipos com resistência a antibióticos. As prescrições de vancomicina e carbapenêmicos (143,0 e 184,3 DDDs/1000 pacientes-dia) foram proporcionalmente menores e a dos últimos, associada ao aumento de casos por P. aeruginosa. O S. aureus foi o segundo agente de PAVs com 56,5% dos casos por ORSA, estes associados com idade (P<0,05), PAV tardia, uso de corticóides e antibióticos e tempo de internação >que oito dias. Embora não se verificassem diferenças estatisticamente significantes, foi observado um pior prognóstico nos casos de PAVs por este fenótipo, e uma associação entre o uso excessivo de determinados antibióticos e a etiologia superior a 50% de patógenos multirresistentes.

ASSUNTO(S)

densidade de uso de antibióticos pneumonia ventilator-associated pneumonia resistant microorganisms pneumonia associada à ventilação microrganismos resistentes imunologia aplicada infecção hospitalar antibiotics use density staphylococcus aureus respiração artificial hospital infection

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