ConstruÃÃo e validaÃÃo de um modelo de comunicaÃÃo nÃo-verbal para o atendimento de enfermagem a pacientes cegos / Construction and validation of a model of non-verbal communication for the nursing attendance the blind patients

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/10/2008

RESUMO

Objetivou-se validar um modelo de comunicaÃÃo nÃo-verbal para o atendimento de enfermagem à clientela cega, segundo o referencial teÃrico de E.T. Hall (1986). Trata-se de um estudo metodolÃgico, desenvolvido no LabCom_SaÃde do Departamento de Enfermagem da UFC, no perÃodo de outubro de 2007 a junho de 2008. Foram selecionados 15 cegos e 15 enfermeiros para comporem cada grupo, treinado e nÃo-treinado e ambos tiveram as mesmas caracterÃsticas. Os cegos foram contatados por meio da AssociaÃÃo dos Cegos do Estado do Cearà e os enfermeiros a partir dos Centros AcadÃmicos. A fase de coleta de dados do grupo nÃo-treinado deu-se durante o mÃs de abril de 2008, por meio de consultas. Estas ocorreram dentro do LabCom_SaÃde e os dados foram coletados por meio de filmagens. O primeiro passo para a construÃÃo do modelo foram os estudos realizados acerca da teoria de Hall (1986). Subdividiu-se a consulta de enfermagem em quatro etapas denominadas etapas do cuidado. Em cada etapa de cuidado sÃo orientadas as aÃÃes do enfermeiro, descreve-se a aÃÃo e como deve ser desenvolvida tal aÃÃo. A etapa do cuidado 1 refere-se à organizaÃÃo do ambiente para desenvolver a Consulta de Enfermagem. Na etapa do cuidado 2 o enfermeiro deve receber o paciente na entrada do consultÃrio para introduzi-lo no ambiente onde serà realizada a consulta e deve cumprimentÃ-lo e informar a localizaÃÃo dos mÃveis e objetos. Jà a etapa do cuidado 3 aborda o desenvolvimento da CEnf propriamente dita. A etapa do cuidado 4 constitui-se a Ãltima etapa do modelo de comunicaÃÃo nÃo-verbal e enfoca a finalizaÃÃo da consulta e o encerramento da comunicaÃÃo com o paciente. ApÃs ser construÃdo, o referido modelo foi submetido à validaÃÃo aparente e de conteÃdo. Foi analisado por trÃs especialistas em comunicaÃÃo nÃo-verbal, por ser um nÃmero jà adotado em pesquisas anteriores. As sugestÃes incluÃdas no modelo se referiram à abrangÃncia, forma de apresentaÃÃo e representatividade do conteÃdo. Em seguida, iniciou-se a segunda etapa de validaÃÃo, por meio da qual o modelo foi submetido à testagem. Os enfermeiros e concludentes foram treinados de acordo tanto com as tÃcnicas de comunicaÃÃo pertinentes à utilizaÃÃo da comunicaÃÃo nÃo-verbal quanto em relaÃÃo à utilizaÃÃo do modelo com cegos. Quanto à coleta dos dados, foi realizada mediante o uso de trÃs cÃmeras filmadoras que registraram toda a consulta de enfermagem entre a enfermeira, o cego e o acompanhante, quando este estivesse presente. Para a anÃlise dos dados das filmagens foram escolhidos outros trÃs juÃzes, enfermeiros e estudantes do Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Enfermagem, do nÃvel mestrado e doutorado, da UFC. Eles foram treinados em relaÃÃo à utilizaÃÃo do instrumento de anÃlise da comunicaÃÃo nÃo-verbal do enfermeiro-cego (CONVENCE) e do instrumento de validaÃÃo do modelo. Pelo fato deste estudo ser duplo cego, os juÃzes nÃo eram informados acerca de qual grupo, controle ou experimental, eram realizadas as anÃlises. Os dados coletados foram inseridos em planilha eletrÃnica com a utilizaÃÃo do programa SPSS, versÃo 14.0, e analisados em freqÃÃncia absoluta por meio de tabelas univariadas. Para se analisar a associaÃÃo entre as variÃveis e os enfermeiros nos grupos controle e experimental, foram empregados os testes qui-quadrado (χ2) e o mÃximo de verossimilhanÃa. Cumpriram-se as normas que regulamentam pesquisas em seres humanos, conforme a ResoluÃÃo 196/96 do MinistÃrio da SaÃde. Ao se comparar as aÃÃes da etapa do cuidado 1 entre o grupo treinado e nÃo-treinado, observa-se que o grupo treinado obteve resultado excelente (p<0,0001) em quatro dos cinco itens avaliados. Somente o item âtemperaturaâ apresentou proporÃÃo aproximadamente igual na escala. Na Tabela 3, ao se comparar as aÃÃes da etapa do cuidado 2 entre os grupos, observa-se que o treinado obteve resultado excelente (p<0,05) em todos os itens avaliados. Portanto, houve associaÃÃo estatisticamente significante em todas as aÃÃes. Em relaÃÃo aos resultados obtidos pela Tabela 4, observam-se resultados excelentes (p<0,05) em oito dos nove itens avaliados do grupo treinado em relaÃÃo ao grupo nÃo-treinado na etapa do cuidado 3. Apenas o item referente a âseguir o roteiro da CEnfâ ficou prÃximo ao valor do teste, ressaltando que esta aÃÃo obteve forte indicador de associaÃÃo. Os dados da Tabela 5 mostraram tambÃm resultados excelentes (p<0,05) do grupo treinado em relaÃÃo ao grupo nÃo-treinado nas trÃs das quatro aÃÃes desenvolvidas na etapa do cuidado 4. Conforme se percebe na Tabela 6, todos os itens contribuem para a confiabilidade interna do Modelo de ComunicaÃÃo NÃo-Verbal Enfermeiro-Cego. Conclui-se com este trabalho a necessidade de implementaÃÃo prÃtica tanto por parte dos enfermeiros como dos estudantes de enfermagem deste Modelo de ComunicaÃÃo NÃo-Verbal com o paciente cego para tornar o cuidado efetivo e afetivo, especialmente com aqueles que necessitam compreender e serem compreendidos em sua vida cotidiana. Confirma-se a hipÃtese de que o Modelo de ComunicaÃÃo NÃo-Verbal Enfermeiro-Cego à eficaz na consulta de enfermagem a pacientes cegos.

ASSUNTO(S)

enfermagem comunicaÃÃo nÃo-verbal estudos de validaÃÃo cegueira - enfermagem relaÃÃes enfermeiro-paciente non-verbal communication validation studies blindness- nursing nurse-patient relations

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