Comunicação e psicanálise em uma abordagem complexa sobre as organizações e seus sujeitos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Neste estudo, buscamos evidenciar que as relações entre capital e trabalho se dão na instância da subjetividade e são mais complexas do que podem, num primeiro momento, aparentar, exigindo que as Organizações desenvolvam uma escuta na direção de seus Sujeitos. Defendemos a tese de que as Organizações precisam perceber sua relação com os empregados como algo complexo e que se alimenta recursivamente da própria qualidade, o que exige, mais do que diálogo permanente, espaço para a transformação, ao contrário do que encontramos, ou seja, uma relação, linear e estática. Além de longa vivência em organizações dos mais diversos setores (indústria, comércio e serviços), por mais de duas décadas, buscamos fundamentação em três grandes áreas do conhecimento: a Comunicação, os Estudos Organizacionais e a Psicanálise. Para o cotejo entre a fundamentação teórica, a experiência vivencial e o material obtido em dois Grupos de organizações pesquisados, adotamos o Paradigma da Complexidade, de Edgar Morin. Para a coleta de material, recorremos à pesquisa qualitativa, com entrevistas em profundidade e psicanalíticas, todas gravadas, e para a interpretação de dados à análise de discurso, com base na corrente francesa (Foucault) e a estudos de Psicanálise, fundamentados em Freud e Lacan. Como o comportamento dos Sujeitos Organizacionais, se considerarmos aspectos psíquicos1, pode estar relacionado ao desenho das relações dos públicos nas Organizações? Essa é a questão inicial para nossas reflexões e que se desdobra em outras três: Qual o papel dos aspectos psíquicos e de personalidade dos Sujeitos das Organizações, na leitura que farão, bem como na resposta que darão aos apelos e premissas da Cultura das Organizações? Como as Organizações podem modificar e melhorar os processos comunicacionais, investindo na qualificação dos processos relacionais? Elas consideram, nos seus processos relacionais com os Sujeitos Organizacionais estudados, os aspectos psíquicos? Vislumbramos o plano da subjetividade como recurso para a qualificação do plano material, que, em nossa perspectiva, precisa contemplar capital e trabalho. Os objetivos da pesquisa são: perceber, a partir da análise do grupo de entrevistas colhido, como acontecem os principais processos de Comunicação Organizacional; analisar se e como elementos de subjetividade dos atores de Organizações podem interferir na recepção/interpretação/emissão de mensagens; estudar como esses processos de comunicação poderiam contribuir para a compreensão de aspectos complexos das relações interpessoais e intergrupais na Organização e propor um caminho [dentre tantos outros] que propicie repensar os Sujeitos Organizacionais e a fixidez com que são definidas e analisadas as noções de Cultura/Cultura Organizacional, de Ideologia e de Poder, intimamente relacionadas entre si e desempenhando papel de sustentação de uma postura paralisante e alienadora.

ASSUNTO(S)

comunicacao psicanÁlise subjetividade comunicaÇÃo organizacional cultura organizacional complexidade ideologias

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