Comunicação: discurso, fait divers e poder em O Nacional : uma abordagem dialética

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O homem se constitui na linguagem, e os Discursos em circulação pelo cotidiano social são espaços de realização da sua subjetividade, não apenas porque constrói este ou aquele significado na medida em que é atravessado pelos signos, mas pelo jogo próprio do trabalho de significação, que invariavelmente o coloca diante do caleidoscópio da alteridade. Essa linguagem, produto de um contrato coletivo e diacrônico, não lhe confere só identidade; mais do que isso, confere-lhe existência; e compreender tal dinâmica equivale a apontar para a problemática com a qual nos surpreendemos envolvidos: a linguagem e toda a sua complexidade é a matéria-prima na tecelagem da Comunicação, em particular, da Comunicação Midiática; portanto, é nos seus Discursos que o sujeito contemporâneo se faz e se refaz. Uma vez que esta linguagem traduz as relações sociais, é nela também que se inscreve o Poder; a cada dobra do tecido-texto ele coloca os estereótipos e a edificação das articulações estruturais a serviço de sua manutenção, a exemplo do Fait Divers na narrativa jornalística. Por isso, acreditamos na necessidade de realizar uma crítica ativa à monossemia ou a polissemia hierarquizante do sentido, condição esta que pauta a escolha do objeto, os recortes e as opções teórico-metodológicas desta tese. Ancorada pelo Método Dialético Histórico-Estrutural (DHE) e pela técnica metodológica da Semiologia, a presente investigação propõe-se estudar a discursividade de 14 Notícias publicadas no jornal O Nacional (Passo Fundo/RS), contemplando a produção de sentido em nível verbal e não verbal. Parte dessas Notícias se refere ao caso Clodoaldo Teixeira, de 1979, e outra parte, ao caso Adriano da Silva, de 2006. A análise será realizada por intermédio de seis categorias barthesianas: Discurso (Pirâmides Normal, Invertida e Mista, Fotografia); Fait Divers; Estereótipo; Mito; Poder e o Socioleto (Encrático e Acrático). Fazendo isso, não intencionamos imitar o leitor o outro leitor, os muitos leitores que derivam no tempo e no espaço nem mesmo encontrar o sentido final do discurso nesses tempos (porque não há um sentido oculto e/ou verdadeiro); mas nos desprendermos da história como contingência, da ideia de acaso, e, a partir do Jornalismo, significar 9 (leitura como espaço de subjetividade) e/ou ressignificar (leitura como memória coletiva) a imagem das relações que o homem matinha (mantém) em sociedade

ASSUNTO(S)

comunicaÇÃo social mÍdia impressa anÁlise do discurso narrativa jornalismo impresso - anÁlise do discurso barthes, roland - crÍtica e interpretaÇÃo comunicacao

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