Comportamento das crises de migrânea em pacientes com deficiência visual, utilizando a escala analógica táctil para a dor

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-09

RESUMO

A escala analógica táctil para dor (TAS) foi elaborada para ser utilizada em cegos ou em indivíduos que não podem utilizar a visão durante suas crises. O objetivo deste estudo foi caracterizar, a partir da TAS, a arquitetura das crises de migrânea em indivíduos portadores de deficiência visual. Foram estudados 11 pacientes com deficiência visual e migranosos (DVM) e, como controle, 22 pacientes migranosos sem deficiência visual. Todos os pacientes preenchiam os critérios para migrânea e os pacientes do grupo DVM apresentavam acuidade visual menor que 20/200. Para avaliação dos resultados, os pacientes do grupo DVM foram separados em dois subgrupos: subgrupo A, pacientes com visão subnormal e o subgrupo B, pacientes amauróticos. No subgrupo A avaliamos 46 ataques com intensidade média das crises de cefaléia de 56,50 mm; no subgrupo B foram avaliados 45 ataques com média de 59,58 mm; no grupo controle 93 ataques com média de 49,88 mm segundo a TAS. Quando comparados o subgrupo B e o grupo controle, ocorreu diferença estatísticamente significativa (p=0,022). Através destes resultados, podemos observar que os pacientes migranosos sem aferências visuais apresentam maior intensidade de dor durante as crises de migrânea em relação a pacientes sem deficiência visual. O estudo sugere que, como em outras formas de sensibilidade, a perda visual total pode interferir nos controles nociceptivos da dor.

ASSUNTO(S)

dor escalas analógicas intensidade migrânea perda visual

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