COMPLEXIDADE MORFOLÓGICA E CUSTOS DE PROCESSAMENTO LEXICAL

AUTOR(ES)
FONTE

Alfa, rev. linguíst. (São José Rio Preto)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-03

RESUMO

RESUMO Embora muitas palavras sejam formadas por mais de um constituinte morfológico, nem todas são habitualmente consideradas palavras complexas. No quadro da análise morfológica do Português, o conceito de ‘palavra complexa’ divide as palavras formadas por um radical, um constituinte temático e, eventualmente, um ou dois sufixos de flexão, das palavras formadas por estes mesmos constituintes e ainda os que são trazidos pelos processos de derivação, modificação ou composição. Esta distinção é redutora porque todas as palavras contêm algum grau de complexidade, mas não há instrumentos de análise que permitam medi-la. Procuraremos contribuir para a discussão da avaliação da complexidade das palavras com base em dados do processamento da leitura. A literatura apresenta diversas descrições que mostram que a estrutura morfológica desempenha um papel importante no processamento visual. Neste trabalho procuraremos encontrar novas evidências, testando hipóteses relacionadas com a composicionalidade das palavras. Usamos os métodos de priming morfológico e decisão lexical sobre três conjuntos de derivados em –oso: o primeiro é formado por estruturas composicionais, o segundo é constituído por palavras onde ocorre um alomorfe do sufixo e o terceiro contém palavras onde ocorre um alomorfe da forma de base. Os resultados obtidos confirmam que o processamento das palavras derivadas é sensível à sua estrutura morfológica e mostram também que as estruturas composicionais envolvem menores custos de processamento. Estas evidências permitem-nos propor critérios a ter em consideração na avaliação da complexidade das palavras.

ASSUNTO(S)

complexidade morfológica processamento visual acesso lexical derivação

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