Complexidade e autopoiese no metaverso : estratégias e cenários cognitivos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O presente trabalho de pesquisa teve como intuito identificar os elementos facilitadores das estratégias de aprendizagem utilizadas por diferentes tipos de residentes existentes em um metaverso específico e analisá-los a luz das teorias da complexidade e da autopoiese. Ao se buscar compreender como se dá o processo de construção do conhecimento no metaverso, por meio das ações cotidianas de seus usuários, a pesquisa revelou aspectos importantes, como, por exemplo, de que maneira as relações interpessoais no ambiente podem influenciar no sentimento de pertencimento e de produtividade do indivíduo, ou ainda, de que maneira o processo de aprendizado nasce a partir das dificuldades encontradas nas ações cotidianas do metaverso. Esses aspectos podem colaborar com a construção de ambientes de aprendizagem baseados na ecologia dos saberes e na teoria da complexidade como pilares de sua constituição. Para tanto, partiu-se da premissa de que o paradigma cartesiano/newtoniano não atende mais as demandas ontológicas, epistemológicas e metodológicas de uma realidade altamente complexa e que a emergência das Tecnologias Digitais Virtuais (TDVs) suscita a reflexão sobre a necessidade inerente de novas habilidades e competências relacionadas à utilização das tecnologias nas estratégias de aprendizagem. Tendo esse cenário como base, a pesquisa se fundamentou principalmente nas pesquisas realizadas por Schlemmer (2002, 2006, 2008), Backes e Schlemmer (2008, 2009) e Trein (2009, 2010) na área de metaversos, nos conceitos de paradigma emergente, de ecologia dos saberes e de ambientes ecossistêmicos evidenciados por Moraes (2000, 2004, 2006), na relação entre mundos imaginários e ambientes virtuais de Pargman (2003), na reflexão sobre "worldness" de Klastrup (2003), além dos clássicos Lévy (1996, 1999), Castells (1999), Morin (2007, 2008), Maturana e Varela (1997) entre outros. Enquanto aspectos metodológicos foram utilizados os procedimentos de pesquisa netnográfica e de campo como condutores do processo. Os dados foram coletados por meio da entrevista não-estruturada guiada, apoiada pela observação assistemática. A análise dos dados foi realizada a partir da triangulação entre a técnica de DSC (Discurso do Sujeito Coletivo), os dados coletados na observação assistemática e na base teórica utilizada. Como resultado, foi verificada uma relação cíclica e auto-reguladora entre os facilitadores identificados, o que sugere o estabelecimento de uma dinâmica própria no processo de aprendizado estabelecido nos metaversos. Essa dinâmica foi intitulada pelo pesquisador como ciclo metaversiano de aprendizagem.

ASSUNTO(S)

autopoiese aprendizagem sistemas multimídia relações interpessoais educacao

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