Compensação de perdas na comercialização de órteses, próteses e materiais especiais (OPME) em Hospital Terciário de Porto Alegre, RS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Sabe-se que os custos hospitalares são ascendentes. Este trabalho detém-se na análise dos fatores determinantes bem como seus pesos relativos, particularmente aqueles que se referem aos materiais que pertencem ao Grupo “A” da Curva ABC de gastos hospitalares, onde encontramos as órteses, próteses e materiais especiais (OPME). As operadoras de saúde, engessadas na possibilidade de aumentarem livremente as taxas de contribuição mensal de seus usuários, pois são reguladas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, cogitam assumir a responsabilidade pela compra e distribuição desses itens. Retiram assim, dos hospitais, a possibilidade de obterem recursos lícitos provenientes dessa negociação, que, usualmente, se constitui numa fonte razoável dentro de seu equilíbrio financeiro. No intuito de possibilitar a redistribuição da margem de contribuição dos materiais identificados como OPME entre os demais itens da conta hospitalar, preservando assim a sua integridade econômica, fizemos esse estudo envolvendo cinco etapas sobre dados obtidos dos anos 2005 a 2008: a primeira, a observação dos indicadores econômicos usualmente empregados no país e seu desenvolvimento ao longo de 4 anos para demonstrar disparidades significativas ou uniformidade na evolução dos mesmos. A segunda, a identificação dos principais fatores participantes das despesas hospitalares. A terceira, a observação da evolução dos preços dos materiais médico hospitalares pertencentes ao Grupo “A” da Curva ABC de custos. A quarta etapa, a confrontação estatística entre os indicadores financeiros e o das OPME. A quinta fase refere-se a procura de opções para contrabalançar a perda de receita já mencionada, e sua metodologia, consolidando a proposta do estudo. Resultados: Não encontramos diferenças significativas entre as médias dos indicadores econômicos (IGP-M, INPC, IPC). Os custos hospitalares diretos participam com 41,4% das despesas (OPME. 53% e Drogas e Medicamentos, 10%) enquanto os de pessoal, 51% (Salários e Vantagens, 68% e Encargos sociais, 22%). Esses últimos são claramente identificados como os únicos fatores de pressão constante na elevação das despesas. Não encontramos incrementos dos preços dos materiais do Grupo “A”. A margem de lucro praticada foi de 17±6,4%. Propõe-se que as perdas referentes a ela sejam distribuídas por alíquotas compatíveis com o valor da fatura hospitalar. Assim para faturas mensais até R$550.000,00 sugerimos acréscimo de 11%. Para aquelas entre R$ 550.000,00 a 735.000,00; acréscimo de 17,2%. Naquelas acima de R$ 913.000,00 propusemos 23%.

ASSUNTO(S)

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