Como deve ser o manejo da dor lombar em ambiente de APS?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

A avaliação clínica da dor lombar deve enfocar três aspectos principais: – descartar doença sistêmica subjacente; – identificar comprometimento neurológico que requeira avaliação cirúrgica; – considerar a existência de fatores psicológicos ou sociais que possam amplificar ou prolongar a dor.

Para a maioria dos pacientes, essas questões poderão ser respondidas após anamnese e exame físico detalhados. Devido ao curso geralmente benigno da lombalgia e ao fato de ser raramente atribuível a qualquer lesão anatômica específica, efetuar uma busca exaustiva da causa em todos os pacientes seria frustrante e dispendioso.

Na ausência de sinais de alerta, a abordagem diagnóstica inicial deve ser sempre conservadora, dispensando a solicitação de exames complementares. A investigação precoce com exames de imagem deve ser restringida aos pacientes com maior probabilidade de doenças graves e raras.

SUGESTIVO DE CAUDA ESQUINA

SUGESTIVO DE FRATURA ESPINHAL

No tratamento da maior parte das lombalgias agudas, sejam elas mecânicas de origem idiopática/inespecífica (cerca de 70%), causadas por osteoartrose (cerca de 10%) e mesmo boa parte das lombociatalgias (5%), o manejo é prioritariamente ambulatorial e coordenado pelo médico especialista em Atenção Primária à Saúde (APS).

Tem como objetivo aliviar a dor, reduzir o espasmo muscular, melhorar a amplitude e força dos movimentos e, em última análise, melhorar o estado funcional do paciente. Os pilares do tratamento conservador são:

Devem ser prescritos com o intuito de reduzir a dor e manter a pessoa ativa

Em casos de dores leves o Paracetamol pode ser uma escolha segura. No entanto lombalgia moderada ou acompanhada de ciatalgia responde melhor a AINEs, que devem ser mantidos enquanto paciente retorna gradualmente suas atividades habituais.

Opióides podem ser utilizados quando AINEs e demais medidas conservadoras não estão obtendo analgesia suficiente. A associação tanto com Paracetamol quanto com AINE é eficaz. Nos casos de dor lombar crônica, doses baixas de antidepressivos tricíclicos também podem ser uma alternativa terapêutica.

Diazepam ou Ciclobenzaprina podem ser utilizados por curtos períodos (2-5 dias) nos casos de dor lombar aguda quando detecta-se importante contratura muscular paraespinhal.

O encaminhamento para fisioterapia costuma ser reservado para aqueles pacientes que persistem com lombalgia por mais de três semanas, quando diminui a probabilidade de melhora espontânea da dor. A fisioterapia tem papel fundamental no tratamento da dor lombar crônica contribuindo para o alívio da dor e melhora do estado funcional do paciente.

de acordo com o Clinical knowledge Summaries, curso de acupuntura de pelo menos 10 sessões em até 12 semanas está indicado no manejo da lombalgia crônica.

ASSUNTO(S)

cuidados primários de saúde médico l03 sinais / sintomas da região lombar atenção primária à saúde dor lombar d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais

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