Coledocolitíase: análise do tratamento videolaparoscópico

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-03

RESUMO

CONTEXTO: Aproximadamente 9% da população brasileira apresenta colecistolitíase e esta incidência aumenta significativamente com o envelhecimento. A coledocolitíase é encontrada em torno de 15% destes pacientes, e de um terço a metade destes casos apresenta-se de maneira assintomática. Uma vez que a litíase do ducto biliar comum é caracterizada através de colangiografia intra-operatória, a exploração cirúrgica laparoscópica pode ser feita através da via transcística, ou diretamente através de coledocotomia. OBJETIVO: Avaliar os resultados do tratamento laparoscópico da coledocolitíase. MÉTODOS: Setenta pacientes foram avaliados prospectivamente. Todos foram submetidos ao tratamento da coledocolitíase por videolaparoscopia, e as formas de exploração foram comparadas de acordo com os seguintes parâmetros: os critérios de sua indicação, o sucesso no clareamento da via biliar, complicações cirúrgicas. A exploração laparoscópica transcística foi favorecida quando não há critérios para a prática de coledocotomia primária, sendo estes litíase do ducto biliar proximal, cálculos grandes (mais de 8 mm) ou calculose múltipla. RESULTADOS: Verificou-se que cerca de um terço dos doentes com coledocolitíase não mostraram qualquer expressão de fatores preditivos (antecedentes clínicos de icterícia e/ou pancreatite aguda, suspeita ultrassonográfica ou alterações de testes laboratoriais relacionados à coledocolitíase). A exploração transcística foi empregada em cerca de 50% dos casos e a coledocotomia em cerca de 30%. A depuração da via biliar através da laparoscopia foi alcançada em 80% dos casos. A exploração transcística, realizada sem fluoroscopia ou coledocoscopia, atingiu baixa taxa de sucesso (em torno de 45%), sendo 10% desses casos com passagem transpapilar de cálculos com menos de 3 mm. A exploração por coledocotomia, primária ou secundária, quando esta foi realizada após o insucesso da via transcística, mostrou alta taxa de sucesso (em torno de 95%). Quando a indicação para coledocotomia era primária, a necessidade de visualização direta através da coledocoscopia para ajudar na remoção dos cálculos foi de 55%. No entanto, quando foi realizada coledocotomia secundariamente, nas situações em que o diâmetro do ducto biliar comum foi maior do que 6 mm, o uso de coledocoscópio com o mesmo propósito foi necessário em cerca de 20% dos casos. Não houve mortalidade nesta série. CONCLUSÃO: A exploração laparoscópica da via biliar principal está relacionada com baixa taxa de morbidade. Portanto, o uso da laparoscopia para o tratamento da coledocolitíase depende dos critérios para a escolha do melhor acesso, tornando-se procedimento seguro, com resultados bastante satisfatórios.

ASSUNTO(S)

coledocolitíase laparoscopia colangiografia

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