Cochilos durante o trabalho noturno, necessidade de recuperação após o trabalho e percepção da fadiga entre profissionais de enfermagem / Napping during night work, need for recovery from work and fatigue perception among nursing professionals

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Introdução: A privação do sono noturno decorrente da atuação dos profissionais de enfermagem em plantões noturnos pode levar a queixas de fadiga e a dificuldade de recuperação após trabalho. No entanto, a permissão para dormir durante a jornada noturna, tem sido comum entre as equipes de enfermagem. Objetivo: Verificar se a ocorrência dos cochilos no trabalho, bem como a sua duração, eficiência, latência, alocação e qualidade subjetiva, estão associadas à necessidade de recuperação após o trabalho e à percepção de fadiga entre profissionais de enfermagem de plantões noturnos. Métodos: Esse estudo transversal foi realizado em um hospital público da cidade de São Paulo, onde o cochilo durante o trabalho noturno é permitido. Profissionais de enfermagem do sexo feminino que trabalhavam há mais de um ano em plantões noturnos (19:00h-07:00h) e não referiram queixas em relação ao sono responderam o questionário (n=49) com dados sociodemográficos, informações sobre o trabalho (profissional e doméstico) e sintomas de saúde (percepção da fadiga, com escore que variava de 30 a 150 pontos, e necessidade de recuperação após o trabalho, com escore de 0 a 100 pontos). Elas também utilizaram o actímetro e preencheram o diário de atividades por até 10 dias consecutivos, para avaliação do ciclo vigília-sono. Resultados: A maioria das participantes (87%) apresentou episódios de sono no trabalho em todas as noites trabalhadas. A duração média do sono noturno no trabalho foi de 136 minutos (dp=39,8 minutos). A maior duração do sono noturno no trabalho foi encontrada entre as trabalhadoras que cochilaram na primeira metade da noite (00:00h-03:00h), quando comparadas àquelas que cochilaram entre 03:00h-06:00h. A qualidade subjetiva do sono noturno durante o trabalho foi significativamente inferior à qualidade do sono noturno em casa, nos 27 dias de folga. Já a latência do sono noturno no trabalho não apresentou duração média significantemente distinta quando comparada aos demais episódios de sono. A eficiência do sono noturno no trabalho foi semelhante à do sono noturno no dia de folga, porém superior quando comparada à eficiência do sono diurno. A maior duração do sono noturno no trabalho esteve associada às longas horas de trabalho doméstico e à maior sobrecarga doméstica. A média da necessidade de recuperação após o trabalho e da percepção de fadiga foi de 43,6 pontos e 63,5 pontos, respectivamente. As trabalhadoras mais jovens, aquelas que realizavam menor jornada de trabalho doméstico e as enfermeiras referiram maior percepção de fadiga. A ocorrência dos cochilos no trabalho, bem como a sua duração, latência, alocação e qualidade não foram associadas à necessidade de recuperação e à fadiga. No entanto, observou-se que entre os participantes que trabalhavam 6 ou mais noites/quinzena, houve maior eficiência do sono noturno no trabalho entre os mais fatigados e com maior necessidade de recuperação. Conclusões: Embora as diferentes durações do cochilo noturno no trabalho não tenham se mostrado associadas à fadiga e à necessidade de recuperação, sua ocorrência se mostrou benéfica para as participantes do presente estudo no que tange à eficiência do sono e às demandas da vida social.

ASSUNTO(S)

cochilo enfermagem fadiga fatigue napping necessidade de recuperação após o trabalho. need for recovery from work nursing professionals sleep sono

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