Clonixinato de lisina versus dipirona (metamizol) para o tratamento agudo de uma crise intensa de enxaqueca: estudo monocego e randomizado

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

CONTEXTO E OBJETIVO: Antiinflamatórios não esteroidais (AINE) são eficazes no tratamento de crises de enxaqueca. O objetivo deste estudo foi comparar a eficácia e a tolerabilidade das apresentações injetáveis do clonixinato de lisina (CL) e da dipirona no tratamento de crises intensas de enxaqueca. MÉTODO: Trinta pacientes (28 mulheres, 2 homens), com idades entre 18 e 48 anos e enxaqueca de acordo com a Classificação Internacional de Cefaléias (2004) foram estudados. Os pacientes foram randomizados em 2 grupos ao se apresentarem em uma unidade de emergência, com uma crise intensa de enxaqueca. O desenho do estudo foi monocego. A intensidade da cefaléia, a presença de náusea e fotofobia e os efeitos colaterais foram avaliados e comparados na administração das drogas e após 30, 60 e 90 minutos. Indometacina retal foi disponibilizada como droga de resgate (DR) e seu uso comparado entre os grupos. RESULTADOS: Todos os pacientes completaram o estudo. Após 30 minutos, 0% do grupo da dipirona e 13% do CL encontravam-se sem cefaléia (p=0,46). Após 60 e 90 minutos, 2 (13%) e 5 (33%) do grupo da dipirona e 11 (73%) e 13 (86,7%) do grupo do CL encontravam-se sem cefaléia (p<0,001). Após 60 minutos, o CL foi mais eficaz que a dipirona em eliminar a náusea (p<0,001), mas não houve diferença quanto à melhora da fotofobia entre os grupos (p=0,11). Não houve diferenças entre os grupos que utilizaram DR (p=0,50). Dor no local da injeção foi apresentada por mais pacientes que usaram CL comparados aos da dipirona (p<0,001). CONCLUSÃO: O CL é significativamente superior a dipirona no tratamento de uma crise intensa de enxaqueca, mas resulta em mais queimação no local da injeção.

ASSUNTO(S)

clonixinato de lisina dipirona (metamizol) enxaqueca tratamento agudo crise intensa

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