Ciúme patológico masculino: reflexões sob a ótica junguiana

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Os objetivos deste estudo são: compreender como o ciúme patológico masculino se expressa na cultura patriarcal e entender os aspectos psicológicos envolvidos na dinâmica do ciúme patológico, especialmente os complexos. O resultado do levantamento bibliográfico mostrou que existem muitos trabalhos que associam o ciúme masculino à violência contra a mulher, especialmente no contexto doméstico. Foram pesquisadas definições de ciúme formuladas por autores importantes como Adler (1967), Alberoni (1988), Freud (1976), Klein e Riviere (1975) e do DSM-IV - manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (1995). Livros e artigos de autores junguianos e neo-junguianos foram pesquisados, tendo sido encontrada uma única definição de ciúme nesta abordagem teórica, conceituada por Carlos Byington (2006), criador da chamada Psicologia Simbólica. Foi encontrado um artigo científico junguiano sobre ciúme patológico masculino, de Grinberg (2000). Na última etapa do levantamento bibliográfico, o termo ciúme foi pesquisado nas obras completas de Carl Gustav Jung. Para ilustrar o ciúme patológico masculino, foram selecionados e assistidos alguns filmes, tendo sido escolhido o que melhor representa esta patologia no gênero masculino - Ciúme, o inferno do amor possessivo (1994) - de Claude Chabrol. A ilustração foi analisada com base na abordagem da Psicologia Analítica, assim como nas informações que contextualizam a cultura patriarcal. Conclui-se que as características e emoções mais comumente associadas ao ciúme patológico masculino são: poder e posse, desejo de domínio sobre o ser amado, amor e rivalidade amorosa, medo da perda, desejo de exclusividade amorosa e sentimentos de inferioridade. A não superação do complexo de Édipo enquanto estrutura, a presença de complexo materno e/ou paterno, a repressão do princípio feminino e o conseqüente desequilíbrio psíquico são fatores associados ao ciúme patológico masculino. Este afeto é encontrado com mais freqüência na paranóia. Considera-se a hipótese de que a cultura e os valores patriarcais, se unilaterais, intensificam o ciúme patológico, pois o que se mostra exagerado no ciumento patológico é a necessidade de dominar e controlar quem ele acredita possuir

ASSUNTO(S)

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