Cardiopatia congênita no adulto: experiência com a abordagem cirúrgica

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-09

RESUMO

OBJETIVO: Relatar a experiência da instituição com o tratamento cirúrgico de adultos com cardiopatia congênita devido ao crescente aumento no número desses pacientes e consequentes necessidades de maior discussão do tema. MÉTODOS: Análise retrospectiva dos pacientes operados, com análise de dados demográficos, fatores de risco e resultados. RESULTADOS: Cento e noventa e um pacientes, com idade entre 16 e 74 anos, foram operados. Cirurgia primária foi realizada em 171 pacientes, 93 (55%) com comunicação interatrial. Dentre 20 (12%) reoperações, substituição de valva pulmonar ocorreu em seis casos. Os tempos médios de unidade de terapia intensiva e hospitalar foram 2,7 e 8,5 dias, respectivamente, maiores nas reoperações (P=0,001). Os tempos médios de circulação extracorpórea e pinçamento aórtico foram 68,6 e 44,7 minutos, respectivamente, maiores nas reoperações (P<0,0001 e P=0,0003, respectivamente). Mortalidade hospitalar foi 4,2%, sem relação com reoperação. Sexo masculino, classe funcional III-IV e idade avançada foram fatores preditivos de risco. Complicações importantes foram mais frequentes nas reoperações (P<0,003), principalmente fibrilação e flutter atrial. Entre 183 pacientes com alta hospitalar, 149 (82%) foram seguidos e a fibrilação e flutter atrial foram bastante prevalentes. O valor médio da classe funcional mudou significativamente após a cirurgia (1,66 para 1,11; P<0,0001). A estimativa de sobrevida geral foi de 96,2% em seis anos. CONCLUSÃO: Cirurgia em adultos com cardiopatia congênita pode ser realizada com baixa mortalidade e melhora funcional na maioria dos pacientes. Complicações imediatas e tardias são frequentes. Estudos multicêntricos são importantes para melhor caracterização dessa população de indivíduos no país.

ASSUNTO(S)

cardiopatias congênitas adulto procedimentos cirúrgicos cardíacos

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