Caracterização do modelo experimental nod (nonobese diabetic) em ambiente convencional

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O diabetes mellitus tipo 1 é uma doença auto-imune mediada por células T. Os camundongos NOD (nonobese diabetic) são o modelo experimental de doença autoimune órgão-específica mais utilizado em todo o mundo. Apresentam destruição das células beta associada com insulite e produção de auto-anticorpos. A incidência de diabetes nestes camundongos é variável, dependendo do ambiente em que estão alocados, assim como do sexo dos mesmos. Dados na literatura demonstram que em biotério SPF (Specific Patogen Free), a incidência de diabetes em fêmeas varia de 60 a 100% e em machos de 20 a 60%. No entanto, não são descritos valores de incidência de diabetes nestes camundongos em biotério convencional. Este trabalho tem o objetivo de avaliar a incidência de diabetes mellitus insulino-dependente de camundongos NOD em biotério convencional, além de verificar a sobrevida dos animais. Três casais de camundongos NOD foram endocruzados para a obtenção dos animais desta pesquisa. Setenta e nove machos e 58 fêmeas foram acompanhados durante 32 semanas de vida em biotério convencional. Peso e glicemia foram mensurados após o desmame, a cada 15 dias, e as mortes contabilizadas. Foram considerados diabéticos, os animais que apresentavam glicemia acima de 250mg/dl. Em 32 semanas de seguimento, 38% da amostra tornou-se diabética; as fêmeas (51%) tornaram-se significativamente (P<0,001) mais diabéticas do que os machos (27%). Além disso, verificou-se que o início do diabetes, em ambos os sexos, ocorreu por volta da oitava semana de vida. A sobrevida dos camundongos NOD em biotério convencional, em 32 semanas de vida, foi de 60%, as fêmeas tiveram sobrevida de aproximadamente 40% e os machos de 85%, sendo esta diferença significativa (P<0,02). Conclui-se que, em ambiente convencional, os camundongos NOD do sexo feminino desenvolvem mais diabetes que os machos, similarmente aos camundongos NOD criados em biotério SPF. As fêmeas possuem sobrevida menor que os machos, provavelmente devido a presença do diabetes. Desta forma, verifica-se que, mesmo em ambiente convencional, é possível que camundongos NOD, apresentem diabetes em proporções que possibilitem sua utilização experimental.

ASSUNTO(S)

animais - experiÊncias medicina diabetes mellitus

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