Caracterização de solos sob diferentes coberturas vegetais da sub-bacia hidrográfica do Rio Alegre ES

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/07/2011

RESUMO

Este estudo teve por objetivo caracterizar química e fisicamente os solos sob diferentes coberturas vegetais em pedoambientes da sub-bacia do Rio Alegre, cuja área é de aproximadamente 20.521 ha. A área foi separada em três diferentes regiões, de acordo com a predominância das formas do relevo: (i) baixadas esparsas com tendência a sedimentação circundadas por colinas de topo convexo pronunciando um relevo dissecado, denominado de ambiente Alegre, delimitado entre 118 e 400 metros de altitude; (ii) morros arredondados no formato meia-laranja, com vales em U muitas vezes acompanhado por áreas de várzeas com características hidromórficas, denominado de ambiente Celina, delimitado entre 400 e 700 metros de altitude; e (iii) morros escarpados com tendência a erosão superficial de relevo movimentado e acidentado de vales em V associado a ocorrência de afloramentos rochosos e Pteridophytas, denominado ambiente Café, delimitado entre 700 e 1242 metros de altitude. A caracterização morfométrica foi realizada através do geoprocessamento de dados obtidos pela digitalização das cartas do IBGE, para a geração do modelo digital de elevação e do mapa de declividade. Selecionaram-se áreas sob cultivo de café e pastagem, e sob fragmento florestal. Os solos coletados foram classificados como Latossolos, Argissolos e Cambissolos. As amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-10 cm, 10-20 cm, 20-40 cm, 40-60 cm e 60-100 cm, sendo para os Cambissolos a coleta padronizada até 60 cm. Em cada pedoambiente foram amostrados 27 perfis de solo, sendo nove sob cada tipo de cobertura vegetal. As análises físicas consistiram de granulometria, argila dispersa em água (ADA), grau de floculação(GF), densidade de partículas (Dp), densidade do solo (Ds) e porosidade total (PT). As análises químicas constaram de pH (H2O e KCl); Ca2+, Mg2+ e Al3+ trocáveis; Na+, K+ e P disponíveis; acidez potencial (H + Al); CTC a pH 7,0 (CTC); CTC efetiva (t); saturação por bases (V) e por alumínio (m); P remanescente (P rem); e C orgânico total (COT). O fracionamento químico das substâncias húmicas separou as frações ácido húmico (FAH), ácido fúlvico (FAF) e humina (FHU), procedendo-se a determinação de C destas frações e calculando-se a taxa de recuperação de C (ΣSH/COT) e as relações FAH/FAF, (FAF+FAH)/FHU e FHU/COT. Com os resultados da Ds e do COT, calculou-se o estoque de C, em Mg/ha. Os resultados permitiram identificar a ocorrência de diferentes pedoambientes na SBHRA, com altitude variando de 118 a 1242 m, relevo de ondulado a montanhoso, com declividade média de 28 %. A classe dos Latossolos representou maior parte dos solos analisados, seguida dos Cambissolos e, em menor número, dos Argissolos. Os atributos físicos e químicos dos solos da SBHRA refletiram o avançado estado de intemperismo, com predomínio de solos de textura argilosa, distróficos e de baixa CTC. O fragmento florestal e a pastagem apresentaram maior capacidade de estocar C, com valores de 87 e 76 Mg/ha, na profundidade de 0-40 cm, para os Latossolos do ambiente Celina, e de 108 e 97 Mg/ha, na profundidade de 0-40 cm, para os Latossolos do ambiente Café, sob fragmento florestal e pastagem, respectivamente.

ASSUNTO(S)

caracterização de solos cobertura vegetal agronomia atributos físicos e químicos matéria orgânica do solo

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