Caracterização das comunidades marinhas bentônicas de substrato consolidado da Ilha do Francês (ES) baseado em unidades da paisagem / Characterization of the hard botton marine benthic comunities from Francês Island (ES) based leandscape units

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O método de Caracterização Fisionômica de Comunidades Marinhas Bentônicas propõe o uso da unidade operacional chamada Povoamento aliada à amostragem fotográfica. Dentre as 4 abordagens do método, o objetivo do Capítulo 2 foi testar a precisão da abordagem quantitativa quando submetida a: a) diferentes pesquisadores e b) diferentes análises realizadas pelo mesmo pesquisador. A análise de correspondência (CA), baseada no recobrimento percentual obtido em cada situação, não mostrou diferenças significativas entre os valores encontrados para os Eixos I, II, III e IV (correspondentes a 42.8% da variabilidade dos dados) quando comparados por ANOVA (p= 0.963; 0,975; 0.867; 0.894, respectivamente). Os resultados apresentados no Capítulo 2 indicam que a etapa quantitativa do Método de Caracterização Fisionômica de Comunidades Marinhas Bentônicas é pouco subjetiva. No Capítulo 3, as posições geográficas de cada povoamento foram registradas com um GPS durante duas coletas (julho/2005 e janeiro/2006). Essas posições foram inseridas na base de mapas do Google Earth com auxílio do programa GPS Track Maker. Foram registrados 41 povoamentos, sendo a maior fração (36,6%) representada por povoamentos que possuem organismos do Filo Rhodophyta como espécies dominantes. Em seguida, cada um dos Filos Chlorophyta e Ochrophyta representou 17,1% dos povoamentos. Os povoamentos cujas espécies dominantes pertencem ao grupo dos animais compuseram 29,3%; com o Filo Cnidaria apresentando a maior fração de povoamentos (12,2%) e Porifera a menor (2,4%). A posição de todos os povoamentos é apresentada em um mapa integral das comunidades marinhas bentônicas de substrato consolidado da região entre-marés da Ilha do Francês, Espírito Santo. O Capítulo 4 teve como propósito descrever quantitativamente as comunidades marinhas bentônicas do médio-litoral da Ilha do Francês. A partir de observações realizadas durante o Capítulo 3, foram selecionadas três áreas que mostraram as principais variações não biológicas (exposição aos ventos predominantes, exposição ao batimento de ondas, inclinação e a orientação). Uma coleta preliminar (julho de 2005) revelou que as comunidades do médio-litoral da Ilha do Francês podem ser divididas em duas grandes faixas. Em uma das faixas, o povoamento dominante foi Banco de Chthamalus (78,6%) enquanto na outra os povoamentos dominantes foram Tapete de Amphiroa e Jania (32,8%), Banco de Dictyota (16,5%) e Banco de Perna (16,7%). Nas coletas seguintes (Janeiro e Julho de 2006) a estratégia de distribuição dos elementos amostrais foi aleatória estratificada. Na faixa de algas, tanto no verão quanto no inverno, Tapete de Jania e Amphiroa foi o povoamento que apresentou os maiores recobrimentos percentuais médios na Área 1 (39% e 66,2%, respectivamente). Na Área 2 os povoamentos Banco de Dictyota (27,8%) e Tapete de Centroceras e Ceramium (28,7%) obtiveram os maiores recobrimentos médios durante o verão, enquanto no inverno o maior valor obtido foi o de Tapete de Amphiroa e Jania (55%). Na Área 4 Banco de Perna apresentou maior recobrimento médio durante o verão (43,2%) e Banco de Dictyota na coleta de inverno (29,4%). Na faixa de cracas Banco de Chthamalus apresentou maior recobrimento percentual médio em todas as áreas e épocas amostradas. Nas Áreas 1 e 2 a média do recobrimento desse povoamento apresentou maiores valores durante o inverno (87,9% e 64,6% respectivamente), enquanto na Área 4 no verão (80,7%). Espera-se que os Capítulos 3 e 4 juntos possam subsidiar acompanhamentos das condições das comunidades da Ilha do Francês, estudos de outros aspectos dessas comunidades e também o trabalho de órgãos ambientais. O Capítulo 5 tem como foco avaliar a precisão relativa de três variações (20, 50 e 100 pontos) das técnicas de pontos aleatórios aplicada à análise de imagens para comunidades marinhas bentônicas. Diferenças estatísticas entre valores de porcentagem de cobertura das diferentes técnicas foram verificadas por análise de correspondência (CA) e os valores obtidos para os dois eixos de maior variabilidade, foram testados por ANOVA. Os testes estatísticos não demonstraram diferenças quantitativa e qualitativa comparando 50 e 100 pontos aleatórios à Segmentação Manual. É possível concluir aqui que 50 ou mais pontos para análise de comunidades marinhas bentônicas fornecem dados qualitativos e quantitativos precisos. Este trabalho, além de demonstrar que o uso dos povoamentos é preciso, descreve as comunidades do médio-litoral da Ilha do Francês qualitativamente e quantitativamente. Essa descrição poderá, a partir de agora, constituir o ponto de partida para o monitoramento e o gerenciamento desse ambiente frente ao crescimento econômico esperado nos próximos anos para a região. O mapeamento dessas comunidades pode, ainda, subsidiar outros aspectos de pesquisa como, por exemplo, os experimentais. Entretanto, é fundamental ainda o estudo do infralitoral do local. A inclusão desses dados complementará e poderá alterar as conclusões que obtivemos neste trabalho acerca da diversidade e dos grupos dominantes, permitindo uma visão global das comunidades bentônicas da Ilha do Francês.

ASSUNTO(S)

settements comunidades bentonicas francês island benthic communities povoamentos ilha do francês

Documentos Relacionados