Caracterização anatômica e bioquímica da hiperidricidade em morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) e videira (Vitis vinifera L. x Vitis rotundifolia) propagados in vitro / Anatomical and biochemical characterization of the hyperhydricity in strawberry (Fragaria x ananassa Duch.) and grapevine (Vitis vinifera L. x Vitis rotundifolia) plants propagated in vitro

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Plantas propagadas in vitro são freqüentemente afetadas por condições de estresse que podem levar ao desenvolvimento de hiperidricidade. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivos investigar a influência de agentes gelificantes, da citocinina 6-benzilaminopurina (BAP) e do tipo de vedação dos frascos sobre a indução de hiperidricidade em videira e morangueiro. Para tal, foram utilizadas plantas de morangueiros Dover e Burkley e do porta-enxerto de videira VR043 43, mantidas in vitro em sala de crescimento a 25 2 C, sob fotoperíodo de 16 h e irradiância 36 mmol m-2 s-1. Explantes de morangueiro foram cultivados em meio contendo sais e vitaminas de MS, 30 g L-1 de sacarose, 100 mg L-1 de inositol, acrescido de Ágar (6,5 g L-1) ou Phytagel (2,5 g L-1) e BAP em diferentes concentrações (0,5; 1,0; 2,0 e 3,0 mg L-1). Segmentos de entrenós de videira foram transferidos para meio MS meia força ou para meio Q &L, com as mesmas quantidades de sacarose e mioinositol, acrescidos de Ágar (6,5 g L-1) ou Phytagel (2,5 g L-1) e BAP (1,0 ou 2,0 mg L-1). Foram mensurados os níveis de etileno no interior dos frascos aos 5, 10, 20, e 30 dias de cultivo, para morangueiro, e aos 3, 7, 14, 20, 30 e 40 dias, para videira. Após 35 dias, foram realizadas analisadas bioquímicas (SOD, CAT, POD, isoenzimas, peroxidação de lipídios, teor de clorofila), estruturais (microscopia fotônica e eletrônica de varredura), além da análise das caracteristicas morfológicas da hiperidricidade. Para estudar a influência do tipo de vedação no desenvolvimento de hiperidricidade, plantas de videira e morangueiro foram transferidas para frascos contendo meio indutor e não indutor de hiperidricidade. Os frascos foram vedados com tampa rígida de polipropileno, com e sem membrana permeável a trocas gasosas ou duas camadas de filme pástico de PVC. Foram mensurados os níveis de etileno aos 7, 20 e 40 dias de cultivo e, após 35 dias, foram analisados massas fresca e seca dos brotos, peroxidação de lipídios, sistemas enzimáticos (MDH, ADH e POD), extravasamento de solutos e características ultraestruturais. A adição de BAP no meio de cultivo induziu ao estresse oxidativo que, por sua vez, causou mudanças no estado fisiológico de plantas de morangueiro e videira, caracterizadas por aumento da atividade de enzimas antioxidantes e da peroxidação de lipídios, alterações em nível celular, malformações de estômatos e de células epidérmicas, além de aumento na produção de etileno no interior dos frascos de cultivo. O tipo de vedação utilizado influenciou o ambiente interno dos frascos e, conseqüentemente, o desenvolvimento de hiperidricidade. Nos frascos vedados com membrana permeável, mesmo em meio indutor de hiperidricidade, não foram observadas características morfológicas desse fenômeno, embora tenha sido observado aumento da atividade de peroxidases e de extravasamento de eletrólitos em plantas de videira, submetidas a este tratamento. A vedação de frascos com tampa rígida de polipropileno ou com filme de PVC, em presença de BAP, promoveram maior índice de hiperidricidade, confirmando que o tipo de vedação dos frascos, em combinação com componentes do meio e com condições de cultivo, estão relacionados ao surgimento dessa desordem fisiológica em plantas cultivadas in vitro.

ASSUNTO(S)

in vitro propagation fisiologia vegetal hiperidricidade water stress hyperhydricity micropropagação estresse

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