Características clínicas e laboratoriais associadas à indicação de cuidados paliativos em idosos hospitalizados

AUTOR(ES)
FONTE

Einstein (São Paulo)

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/04/2018

RESUMO

RESUMO Objetivo Investigar as características clínicas e laboratoriais associadas à indicação de cuidados paliativos exclusivos em idosos gravemente enfermos. Métodos Neste estudo retrospectivo de coorte, foram incluídas 572 admissões de pacientes gravemente enfermos com idade igual ou superior a 60 anos, em um hospital universitário, em São Paulo, no período de 2009 a 2013. O desfecho primário foi a indicação clínica de cuidados exclusivamente paliativos. Empregamos avaliações geriátricas amplas padronizadas para mensurar preditores de interesse, incluindo informações sociodemográficas, clínicas, cognitivas, funcionais e laboratoriais. Utilizamos modelos de regressão logística stepwise para identificar preditores independentes de cuidados paliativos. Resultados Foram indicados cuidados exclusivamente paliativos em 152 (27%) casos. No grupo de cuidados paliativos, a mortalidade hospitalar foi de 50%, sendo que a mortalidade acumulada em 12 meses atingiu 66%. Os diagnósticos mais frequentemente apontados como motivadores de cuidados paliativos foram demência avançada (45%), câncer (38%), insuficiência cardíaca congestiva (25%), insuficiência renal estágios 4 e 5 (24%), doença pulmonar obstrutiva crônica (8%) e cirrose (4%). As complicações mais comuns no grupo de cuidados paliativos foram delírio (p<0,001), infecções (p<0,001) e úlceras por pressão (p<0,001). Após análise multivariada, sexo masculino (OR=2,12; IC95%: 1,32-3,40), câncer (OR=7,36; IC95%: 4,26-13,03), demência avançada (OR=12,6; IC95%: 7,5-21,2) e níveis de albumina (OR=0,25; IC95%: 0,17-0,38) foram identificados como preditores independentes da indicação de cuidados exclusivamente paliativos. Conclusão Demência avançada e câncer foram as condições clínicas mais frequentemente associadas à indicação de cuidados paliativos exclusivos em idosos hospitalizados. A elevada mortalidade a curto prazo sugere que o prognóstico deva ser melhor avaliado e discutido com os pacientes e suas famílias no ambiente de Atenção Primária.

ASSUNTO(S)

idosos cuidados paliativos assistência hospitalar prognóstico tomada de decisões tomada de decisão clínica

Documentos Relacionados