Caracteres fisiolÃgicos e bioquÃmicos da tolerÃncia à salinidade em clones de cajueiro anÃo precoce. / Physiological and biochemical characteristics of salt tolerance of early-dwarf cashew seedlings

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo estudar as respostas fisiolÃgicas e bioquÃmicas de clones de cajueiro anÃo-precoce (Anacardium occidentale L.) ao estresse salino. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetaÃÃo, sendo as plÃntulas cultivadas em vasos plÃsticos contendo vermiculita. No primeiro experimento, cinco clones de cajueiro anÃo-precoce foram submetidos aos tratamentos com NaCl a 0 (controle), 8 e 16 dS.m-1 de condutividade elÃtrica e objetivou selecionar clones com tolerÃncias diferenciadas ao estresse salino. Para isso, foram estudados os efeitos da salinidade no crescimento, nas trocas gasosas, no teor de Ãgua, na suculÃncia foliar, no potencial osmÃtico, nas concentraÃÃes de prolina, N-aminossolÃveis e carboidratos solÃveis e nos teores dos Ãons inorgÃnicos (Na+, Cl- e K+). A salinidade reduziu o crescimento das plÃntulas de todos os clones estudados. Os efeitos inibitÃrios do NaCl foram mais conspÃcuos na parte aÃrea do que nas raÃzes. O clone CCP 06 foi aquele que apresentou maior reduÃÃo no crescimento foliar, enquanto os clones BRS 189 e CCP 09 foram os que apresentaram as menores reduÃÃes. A salinidade inibiu a mobilizaÃÃo das reservas cotiledonÃrias, principalmente, na dose mais elevada de sal. A reduÃÃo no crescimento, pela salinidade, correlacionou-se com a reduÃÃo na taxa de fotossÃntese lÃquida. Os clones CCP 06 e BRS 189 apresentaram, respectivamente, a maior e a menor reduÃÃo na taxa fotossintÃtica a 8 dS.m-1. Embora a salinidade tenha reduzido a condutÃncia estomÃtica dos clones de cajueiro anÃo-precoce, essa reduÃÃo nÃo foi acompanhada por mudanÃas nas concentraÃÃes internas de CO2. Os clones estudados nÃo apresentaram alteraÃÃes, em funÃÃo da salinidade, no estado hÃdrico das folhas e raÃzes, porÃm, apresentaram reduÃÃes no potencial osmÃtico, favorecendo o ajustamento osmÃtico e, consequentemente, a manutenÃÃo da turgescÃncia dos tecidos. Sob condiÃÃes de estresse salino, os clones BRS 189 e CCP 09 foram os mais eficientes na regulaÃÃo do transporte do Ãon Na+ para a parte aÃrea da plÃntula, acumulando-o nas raÃzes. Em relaÃÃo ao Cl-, o clone CCP 09 mostrou-se o mais eficiente no controle do transporte desse Ãon. PorÃm, CCP 06 foi o clone que mais acumulou ambos os Ãons tÃxicos na parte aÃrea da planta. Com o aumento da salinidade, os teores de potÃssio dos clones estudados tiveram seus valores reduzidos apenas nas raÃzes. Na dose de 8 dS.m-1, o BRS 189 foi o clone que mais aumento suas concentraÃÃes de N-aminosolÃveis e prolina no suco radicular. Nesse mesmo nÃvel de sal, a salinidade aumentou a concentraÃÃo de carboidratos apenas nos clones CCP 06 e BRS 189. De posse destes resultados, o segundo experimento foi realizado com os clones CCP 06 e BRS 189 que foram os que se mostraram, respectivamente, o menos e o mais tolerante à salinidade. Esse experimento teve por objetivo estudar os efeitos da salinidade (NaCl a 8 dS.m-1) na atividade da H+-ATPase e na composiÃÃo e peroxidaÃÃo dos lipÃdios de membrana plasmÃtica isoladas de raÃzes das plÃntulas dos dois clones contrastantes. A salinidade estimulou a atividade da H+-ATPase apenas no clone tolerante, o BRS 189, sendo esse clone o que apresentou maior conteÃdo de esterÃis totais e menor relaÃÃo fosfolipÃdios totais (PLt)/ esterÃis totais (Et), tanto em condiÃÃes controle como de estresse. Esses resultados foram concordantes com o fato de ter sido o BRS 189 o clone que melhor excluiu o Na+ da parte aÃrea. Nesse clone nÃo foram observadas alteraÃÃes nos teores de malondialdeÃdo, diferentemente do que ocorreu com o CCP 06, cujos teores aumentaram com o estresse salino. A maior proteÃÃo da membrana plasmÃtica do clone BRS 189 ao dano oxidativo està de acordo com os maiores acÃmulos de prolina e N-aminossolÃveis observados nesse clone. Os principais fosfolipÃdios da membrana plasmÃtica isolada de raÃzes do clone BRS 189 foram fosfatilglicerol (PG), fosfatidiletalonamina (PE) e fosfatilserina (PS). A salinidade provocou alteraÃÃes nas proporÃÃes relativas dos fosfolipÃdios, sendo PE e fosfatidilinositol (PI) os que apresentaram maiores aumentos em relaÃÃo ao total, enquanto que fosfatidilglicerol (PG) e Ãcido fosfatÃdico (PA) foram os que apresentaram maiores reduÃÃes. A percentagem de PS, em relaÃÃo ao total, nÃo foi afetada pela salinidade. No entanto, a relaÃÃo entre essas mudanÃas na composiÃÃo lipÃdica do BRS 189 pela salinidade e o aumento na atividade da H+-ATPase necessita ser melhor investigada.

ASSUNTO(S)

anacardium occidentale bioquimica anacardium occidentale, early-dwarf cashew growth, salinity, water relations, osmotic adjustment, gas exchange, plasma membrane, phospholipids, lipid peroxidation, h+-atpase. membrana plasmÃtica, salinidade, solutos orgÃnicos e inorgÃnicos, peroxidaÃÃo de lipÃdios, h+-atpase.

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