Capitalismo e desigualdade / Capitalism and inequality

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Esta tese procura discutir as relações entre o desenvolvimento do capitalismo e a desigualdade social ao longo do tempo, tendo como base a Inglaterra durante o século XIX e os EUA desde o início do século XX. É então analisado o desenvolvimento do capitalismo e o impacto sobre as estruturas de emprego, decisivas para o entendimento da desigualdade social. Apresentam-se os avanços proporcionados pela Revolução Industrial, que possibilitou a mecanização da produção rural e industrial e a urbanização. Como esta vida citadina também reclamou muitos serviços, o número de habitantes precisou crescer ainda mais para dar cabo de todas as necessidades da vida urbana. Se antes a baixa produtividade e a lentidão do trabalho mantinham qualquer tipo de bem escasso, a produção industrial permitiu a superação da escassez e substituição do trabalhador por máquinas. Dessa forma, vê-se a força das transformações da economia e seu impacto sobre a vida e o emprego das pessoas, mas também é preciso considerar o peso do Estado para a conformação desta nova sociedade, ao reduzir as desigualdades de renda via impostos e serviços públicos - fonte importantíssima de empregos, decisiva para a melhora do mercado de trabalho no pós-guerra. Com a crise dos anos 1970, a ascensão do neoliberalismo e a III Revolução Industrial, houve alteração importante nos rumos da estruturação social. Com a crise, o liberalismo volta a ser dominante, o que restringe a atuação do Estado e leva a grande regressão social. Concomitantemente, a III Revolução Industrial reduziu radicalmente a necessidade de trabalhadores, graças à introdução do computador. Ou seja, num mundo em que os trabalhos da agricultura, da indústria e dos serviços produtivos eram reduzidos, também o Estado diminuía as oportunidades de emprego. Portanto, os trabalhadores foram deslocados para a provisão de serviços pessoais, o que foi facilitado pela expansão da renda urbana e pela desigualdade social em grande expansão. Após isto, a ênfase passa para as interpretações conservadoras. A discussão da tese então se centra na idéia de Sociedade Industrial e de Sociedade da Informação. A partir da crise dos setenta, o foco da crítica foi alterado para o ataque ao Estado interventor e às benesses estatais, vistas como nefastas. Para finalizar, é feita a crítica de tais teses: primeiro, mostra-se a dificuldade destas interpretações em lidar com o que efetivamente ocorreu. Depois, o problema da concorrência individual: a defesa neoliberal da concorrência livre supõe a justeza da mesma, o que é contradito pelos fatos e por uma interpretação mais adequada da competição individual, que possui dinâmica movida pela permanente criação e destruição de monopólios econômicos e sociais. Isto dentro dos marcos de um desenvolvimento capitalista em que a mecanização da produção restringe as necessidades de trabalho e o Estado condiciona estes movimentos - o que, no caso dos EUA de hoje, leva a uma ampliação da desigualdade e dos serviços pessoais. Deste modo, após a discussão desta tese, as relações entre o desenvolvimento capitalista e a desigualdade social podem se tornam mais claras

ASSUNTO(S)

capitalismo divisão de trabalho igualdade serviços (economia) capitalism division of labor inequality services (economy) united states

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