Candidose associada ao uso de prótese total superior: avaliação demográfica, clínica e microscópica / Candidosis associated with the use of maxillary complete denture: demographic, clinical and microscopic evaluation

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A estomatite por dentadura representa um processo inflamatório na mucosa oral em contato com a resina acrílica da prótese total ou parcial removível, sendo sua etiologia multifatorial, associada com fatores locais e sistêmicos, incluindo a presença de Candida albicans. O presente trabalho teve como objetivo a realização de uma análise demográfica, clínica e microscópica da candidose, associada ao uso da prótese total superior, nas formas atrófica, hiperplásica papilar e associada à hiperplasia fibrosa inflamatória. Para este fim, as amostras dos arquivos do laboratório de Anatomia Patológica do Departamento de Estomatologia - Área de Patologia - da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo, foram avaliadas microscopicamente, por meio das colorações de Hematoxilina e Eosina, Grocott de prata e Periodic Acid Schiffer (PAS), em comparação à mucosa normal de palato, oriunda de pacientes não usuários de prótese total ou removível superior. Foram resgatadas todas as informações contidas nas fichas clínicas correspondentes às amostras. As amostras de candidose bucal, independente do grupo, foram provenientes principalmente de indivíduos idosos, com médias variando de 51 a 60 anos, do gênero feminino e raça branca. Em alguns casos, o diagnóstico clínico da estomatite por dentadura atrófica pode ser difícil, necessitando de biópsia para confirmação. As lesões de hiperplasia papilar são removidas cirurgicamente com mais freqüência que aquelas de estomatite por dentadura atrófica, sendo geralmente reconhecidas pelo profissional clínico como hiperplasia fibrosa inflamatória. A candidose nas hiperplasias fibrosas inflamatórias não apresenta sinais clínicos exclusivos da sua presença; assim, torna-se improvável a suspeita clínica desta associação. De forma diferente da mucosa normal, microscopicamente, na maioria dos casos de candidose bucal, observaram-se revestimento epitelial hiperplásico com cristas alongadas, algumas em forma de tubo de ensaio, com freqüentes áreas de ausência de queratina, pequenos focos de reação liquenóide e de microabscessos, bem como extensas áreas de hiperplasia pseudoepiteliomatosa. Somente a hiperplasia papilar apresentou cristas epiteliais bífidas, revelando ainda maior freqüência de pérolas córneas-like e cristas em forma de tubo de ensaio, quando comparada com as outras formas de candidose bucal. O tecido conjuntivo fibroso subjacente, na candidose bucal, revelou intenso a moderado infiltrado inflamatório mononuclear predominante na lâmina própria e região perivascular. Não se observou marcação fúngica por meio das colorações especiais Grocott de prata e PAS. Assim, o diagnóstico microscópico da candidose bucal não deve depender da visualização do fungo nas camadas mais superficiais do revestimento epitelial.

ASSUNTO(S)

denture stomatitis candidosis prótese total superior estomatite por dentadura maxillary complete denture candidose

Documentos Relacionados