Bionomia de Culex quinquefasciatus em áreas urbanas no Rio de Janeiro, RJ
AUTOR(ES)
David, Mariana Rocha, Ribeiro, Gabriel Sylvestre, Freitas, Rafael Maciel de
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-10
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar densidade, taxa de paridade, sobrevivência diária e longevidade de populações naturais de Culex quinquefasciatus de três localidades com diferentes perfis socioeconômicos e de infraestrutura. MÉTODOS: Mosquitos da espécie Culex quinquefasciatus foram coletados semanalmente em dois períodos de quatro meses, de agosto a novembro de 2008 e de março a junho de 2009, em uma comunidade, uma área de subúrbio e um bairro de classe média no Rio de Janeiro, RJ. As coletas foram realizadas com o auxílio de aspiradores costais em 20 domicílios, aleatoriamente selecionados por semana e por área, durante 15-20 minutos por domicílio. As fêmeas capturadas tiveram os ovários removidos e classificados em estágios inicial, intermediário e final. Adicionalmente, as fêmeas foram dissecadas para determinação da paridade de acordo com as condições do sistema traqueal. A taxa de sobrevivência e a longevidade das fêmeas foram estimadas por mês, para cada localidade. RESULTADOS: Foram coletados 2.062 Culex quinquefasciatus, porém a densidade mensal deste vetor não apresentou correlação com temperatura e precipitação. Dissecamos os ovários de 625 Culex quinquefasciatus e obtivemos maior proporção de fêmeas nulíparas durante os meses mais secos, enquanto fêmeas grávidas foram mais frequentes nos meses chuvosos. A taxa de paridade foi de até 93,75% no bairro de classe média, com sobrevivência de 0,979. Menores valores de paridade e sobrevivência foram obtidos no subúrbio (começando em 36,4% de paridade e 0,711 de sobrevivência diária). Até 84,7% das fêmeas de Culex quinquefasciatus poderiam sobreviver ao período de oito dias, necessário para completar o período de incubação do vírus da febre do Nilo Ocidental. CONCLUSÕES: A taxa de sobrevivência de Culex quinquefasciatus variou significativamente entre os bairros, o que sugere que a capacidade vetorial e o risco de transmissão de doenças podem variar entre diferentes áreas urbanas, informação relevante para o planejamento dos programas de controle de vetores.
ASSUNTO(S)
culex paridade sobrevivência longevidade
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