Biomassa e atividade microbiana da serapilheira durante o desenvolvimento inicial de plantios puros e mistos de Eucalyptus grandis e Acacia mangium
AUTOR(ES)
Bini, Daniel, Figueiredo, Aline Fernandes, Silva, Mylenne Cacciolari Pinheiro da, Vasconcellos, Rafael Leandro de Figueiredo, Cardoso, Elke Jurandy Bran Nogueira
FONTE
Rev. Bras. Ciênc. Solo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-02
RESUMO
A serapilheira é, muitas vezes, um compartimento negligenciado para avaliação e melhor entendimento do comportamento da atividade e biomassa microbiana em plantios florestais. Quase sempre, em estudos dessa natureza, os autores tentam encontrar explicações para o padrão de desenvolvimento de plantas e microrganismos, por meio da avaliação dos nutrientes minerais no solo. Entretanto, considerando-se a dinâmica de disponibilização desses nutrientes, a hipótese é que provavelmente ocorra maior relação entre o crescimento de plantas florestais e da atividade microbiana com os nutrientes presentes na serapilheira. Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade e biomassa microbiana e o número mais provável de fungos e bactérias totais cultiváveis do solo e da serapilheira, numa segunda rotação de plantios puros e mistos de Eucalyptus grandis e Acacia mangium, manejados em cultivo mínimo, antes e após a deposição de folhas senescentes. Esses atributos foram relacionados com os teores totais de C, N, P e teor de lignina e polifenóis da serapilheira e C, N e P do solo. Antes da deposição de folhas senescentes, o C da biomassa microbiana da serapilheira foi 46 % maior que a biomassa microbiana do solo nos plantios de E. grandis. Após a deposição foliar, essa diferença diminuiu para 16 %. No entanto, o C da biomassa microbiana da serapilheira no plantio puro de A. mangium foi menor que qualquer um desses valores. Já o N da biomassa microbiana da serapilheira apresentou-se com grande potencial para estocar esse nutriente, sendo, em média, 94 % maior que o N da biomassa microbiana do solo nas duas épocas e em todos os plantios. Houve maior atividade microbiana na serapilheira que no solo. Além disso, o plantio misto e a monocultura de E. grandis com N apresentaram maior atividade microbiana, após a deposição foliar. O número mais provável de fungos e bactérias totais cultiváveis foi maior após a deposição, com maior representação na serapilheira; os fungos foram mais relacionados com os resíduos de E. grandis. De maneira geral, o plantio puro de A. mangium foi mais relacionado com altos teores de lignina e N na serapilheira, principalmente após a deposição foliar. Diferentemente, as monoculturas de E. grandis sempre tiveram relação com os maiores teores de C da serapilheira e de fenóis totais, após a deposição foliar, sendo negativamente relacionadas com os teores de C e N totais do solo. O plantio consorciado promoveu na serapilheira menores relações C:N e C:P e maiores teores de N, P e C da biomassa microbiana, sobretudo após a deposição foliar, o que demonstra a dinâmica desse compartimento. Esse fato pode favorecer melhor ciclagem de nutrientes em longo prazo, com estímulo à atividade microbiana do solo e da serapilheira e à sustentabilidade desse sistema de plantio.
ASSUNTO(S)
microrganismos liteira bioindicadores floresta leguminosas respirometria
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